BRASÍLIA I: Taxa de juros para agricultura é tema de reunião com ministros

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Redução da taxa de juros para o crédito rural foi o principal assunto discutido na manhã desta terça-feira (26/06), durante café da manhã na sede do Ministério da Fazenda (MF), que contou com a presença do ministro Guido Mantega, do ministro Reinhold Stephanes, da Agricultura, de 25 deputados federais que integram a Comissão da Agricultura da Câmara Federal, do presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski, representando a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), do secretário de Política Econômica do MF, Bernardo Appy e dos assessores especiais: Gilson Bittencourt, da Fazenda e José Gerardo Fontelles, do Mapa.

Ocepar - Durante a reunião, foi apresentado aos ministros um trabalho elaborado pela Ocepar, com argumentos fundamentos sobre a redução da taxa de juros ao crédito rural e investimentos. A sugestão de taxa de juros apresentadas pelas lideranças com base no estudo da Ocepar é de 4,50% ao ano. O presidente da Comissão de Agricultura da Câmara, deputado Marcos Montes (DEM/MG), defendeu a proposta apresentada pelas cooperativas paranaenses, como também o deputado Abelardo Lupion (DEM/PR) e outros parlamentares presentes. Os ministros Guido Mantega e Reinhold Stephanes afirmaram de que irão estudar a proposta.

Audiência - Após esta reunião, o grupo de parlamentares e o presidente do Sistema Ocepar, participaram de uma audiência com o ministro das Relações Institucionais, Mares Guia, para apresentar a mesma posição sobre a necessidade de se reduzir a taxas de juros. Segundo João Paulo Koslovski, da Ocepar, os custos de produção da agropecuária dependem, em parte, das taxas de juros de crédito rural e de investimentos pelos agentes financeiros. O dirigente lembrou da safra 2002/2003  até a atual (2006/2007), a redução da taxa Selic foi de 48% e da TJLP foi de 40%, enquanto que a redução das taxas de juros praticadas pelos programas de investimentos da agropecuária foi apenas 7 pontos percentuais. No caso do custeio da agropecuária não houve nenhuma redução, permanecendo 8,75% ao ano durante todo o período.

Trabalho – Veja a seguir o trabalho produzido pela equipe técnica do Sistema Ocepar com argumentos fundamentados sobre a redução da taxa de juros de crédito e investimentos para o setor rural no Brasil.

1 - Redução das taxa de juros SELIC e TJLP


Taxa de juros

2002/03

Atualmente

Redução

SELIC

23% a.a.

12% a.a.

48%

TJLP

10,75% a.a.

6,5% a.a.

40%

            A queda da SELIC possibilitou a redução substancial do montante de recursos utilizados para a equalização das taxas de juros para o agronegócio.

2 - Índices de Inflação


Índice

2002

2006

Redução

IGP-DI

26,41%

3,80%

86%

IPCA

12,53%

3,14%

75%

INPC

14,74%

2,81%

81%

IPCA - alimentos e bebidas

18,11%

1,25%

93%

            A previsão do IGP-DI para o ano de 2007 é de queda (± 3%).
    
3 - A taxa de câmbio médio de dezembro de 2002 foi de R$ 3,63/ US$, em maio de 2007 a taxa média do mês foi de R$ 1,98/ US$, com valorização do real frente ao dólar de 45,4%. Esta valorização do real trouxe problemas sérios ao setor que teve que comprar insumos pautados num câmbio elevado e vender a produção com um câmbio mais baixo.
4 - Benefícios propiciados pelo agronegócio

4.1 - O preço real de uma cesta básica na cidade de São Paulo em janeiro de 2002 (corrigindo-se os valores para maio de 2007 pelo IGP-DI) era de R$ 209,05. Em maio de 2007 o custo da cesta básica foi de R$ 184,93, o que representa uma redução real no custo de 12%. Uma contribuição importante da agricultura para nossa economia.

4.2 - 86% e 93% do superávit da balança comercial em 2005 e 2006, respectivamente, se deve ao desempenho do agronegócio.


Ano

Superávit da balança comercial
(R$ bilhões)

Superávit do agronegócio
(R$ bilhões)

Participação (%)

2005

44,76

38,48

86%

2006

46,08

42,73

93%

5 - No início do ano de 2002 o salário mínimo era de R$ 180,00. Atualmente o salário mínimo nacional é de R$ 380,00, o que representou um acréscimo, em termos nominais, de 111%. Com a queda nos preços dos alimentos e acréscimo do salário mínimo houve a melhoria do poder aquisitivo em relação a cesta básica.

6 - Em Janeiro de 2002 o custo de um litro de óleo diesel era de R$ 0,86/litro em maio de 2007 este custo era de R$ 1,86/ litro, representando um aumento de 116%.

7 - Custo da taxa de juros de crédito rural no custo de produção.


Item

Soja

Milho

Algodão

Feijão

Juros s/ capital de giro (R$/ha)

30,77

40,43

75,44

57,30

Juros s/ capital de giro (R$/sc ou R$/@)

0,62

0,34

0,48

1,64

Custo variável de produção (R$/sc ou R$/@)

18,87

11,45

12,69

44,81

Participação taxa de juros no custo variável

3,3%

3,0%

3,8%

3,7%

Fonte: Custos de produção das culturas de verão safra 2006/07, Ocepar, 2007.

 

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