C.Vale inaugura mais uma unidade para abater frangos
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Cooperativa
investiu R$ 240 milhões na planta de Palotina
A exportação crescente de carne de frango levou a cooperativa
C.Vale a investir R$ 240 milhões em uma nova estrutura de abate e beneficiamento,
que será inaugurada amanhã em Palotina. Com isso, a capacidade
atual, que recebe 150 mil frangos por dia, será dobrada. O projeto da
C.Vale compreende quatro indústrias que se complementam na cadeia do
frango. Além do abatedouro, foi erguida uma fábrica de ração,
uma linha para preparo de cortes especiais pré-cozidos e um desativador
de enzima – unidade que retira da soja uma toxina antes do preparo da
ração.
Toda a produção da nova planta, que chegará a 150 mil frangos por dia em 2006, será exportada. Com isso, o peso do mercado externo para o segmento de aves da cooperativa subirá de 50% para pelo menos 70%. Para garantir o fornecimento, a cooperativa conta com a construção de 400 aviários em pequenas propriedades da região. “O frango brasileiro hoje é líder no mercado mundial por ser competitivo. É também uma opção muito atraente para as cooperativas para melhorar a renda dos associados”, afirma o presidente da C.Vale, Alfredo Lang. Para bancar a expansão, a cooperativa contou com linhas de crédito do BNDES, dos fornecedores de equipamentos e com recursos próprios.
Lang diz que a opção pelo frango foi feita com base nas características dos associados da C.Vale. Mais de 80% dos 7,6 mil cooperados têm propriedades com menos de 50 hectares. Um grupo de 40% trabalha em áreas de até 10 hectares. “O pequeno produtor não tem recursos para comprar mais terras e aplicar em culturas extensivas. Mas ele pode construir um aviário e fornecer frangos para a cooperativa”, explica.
Como outras empresas do setor, a C.Vale fornece os pintinhos, ração, remédios e assistência técnica. Os produtores entram com o trabalho de cuidar dos aviários. No final, conseguem uma renda líquida que varia de R$ 3 mil a R$ 6 mil por lote de aves, dependendo da situação do mercado. Por ano, cada aviário pode receber seis lotes de frango.
Na opinião de Lang, o setor avícola se tornou uma forma de melhorar a distribuição de renda na região de Palotina. Fora a renda extra para os produtores, o novo investimento nos frangos deve gerar 2,6 mil empregos diretos. São funcionários da própria indústria e prestadores de serviços, como motoristas, contratados em diversas cidades.
Para completar, o ICMS pago pela C.Vale é dividido entre os municípios da região. A cooperativa negociou com dez cidades uma forma de ratear o imposto para ajudar os locais onde os frangos são criados. “Assim os recursos não ficam só em Palotina. Acho que é uma forma de fazer justiça tributária”, diz Lang.
A C.Vale entrou no negócio de frangos em 1997, quando já tinha mais de 30 anos de vida. Ela atua também nos segmentos de produção de soja, milho, trigo, mandioca e leite. O faturamento da cooperativa chegou a R$ 1,28 bilhão em 2004 – o segundo melhor resultado do país, atrás apenas da Coamo, de Campo Mourão. (Gazeta do Povo)