Cadeia Produtiva: Técnicos sugerem política de estímulo ao plantio do milho
- Artigos em destaque na home: Nenhum
Propostas – Entre as sugestões apresentadas pela cadeia produtiva estão:
a) Ampliação do crédito de custeio para o milho e sorgo, restrito aos financiamentos de lavouras que observarem o calendário agrícola;
b) Aumento do limite de financiamento por produtor (R$ 300 mil);
c) Encaminhamento de voto ao Conselho Monetário nacional para aprovação do zoneamento do sorgo;
d) Lançamento de contratos de opção com preços balisados pela paridade internacional (a paridade hoje está em R$ 19,74 por saca);
e) Reajuste do preço mínimo para um valor que permita uma calibração com a paridade com a soja de 2:1 (2 sacas de milho para 1 de soja);
f) Constituição de um grupo técnico para estruturar um planejamento de médio e longo prazo para o milho, tendo como meta a produção de 50 milhões de toneladas em 2005/06;
g) Revisão das estatísticas de produção e consumo de milho;
h) Seguro – negociação com o Instituto de Resseguro do Brasil (IRB), pois o mesmo proibiu as seguradoras de segurarem milho safrinha;
i) Proagro – por conta da falta de recursos orçamentários, deve haver uma negociação entre o MAPA e o Ministério da Fazenda.
Produção – A previsão de produção do milho para a safra de verão em que a colheita está iniciando é de 30,87 milhões de toneladas, mais 6,18 milhões de toneladas para a safrinha, totalizando 37,05 milhões de toneladas, segundo levantamentos realizados pela Conab no início do mês de dezembro. Os levantamentos da Conab foram realizados numa época em que haviam alguns problemas de excesso de chuva em algumas regiões ou falta em outras. Por isso, os números indicaram uma posição conservadora, devendo no próximo levantamento, a ser realizado no início de fevereiro, já ter números mais realistas. Ocorre, porém, que na atual conjuntura de chuvas normais em praticamente todas as regiões, a opinião hoje é de que a produção deverá chegar a 40 milhões de toneladas. No Paraná, a previsão da Conab é de uma colheita de 7,15 milhões de toneladas, mas a Seab/Deral já estima em 7,5 milhões de toneladas, podendo se aproximar de 8,0 milhões de toneladas, pois as colheitas iniciais indicam produtividades maiores do que as estimadas inicialmente.
Consumo – O consumo estimado para este ano é de 36,3 milhões de toneladas, mais exportações da ordem de 2 milhões de toneladas. A Conab estima exportações de 900 mil toneladas. Porém, é consenso do mercado que já foram contratadas mais de 1,2 milhão de toneladas, devendo passar de 2 milhões de toneladas se não houver alguma forma de financiamento para estocagem, principalmente para os criadores independentes. Outro fator que pode aumentar o volume de exportações é que a colheita do milho ocorre antes que a da soja. Em conseqüência, há pressa na liberação dos armazéns para a soja. Na região Centro-Oeste, os principais armazéns já foram contratados pelas grandes empresas para armazenamento da soja. No ano passado, foram exportadas 2,35 milhões de toneladas e no anterior 5,91 milhões de toneladas.
Safrinha – É cedo para se estimar o plantio da safrinha, mas os levantamentos iniciais de intenção de plantio no Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás indicam que a área será maior do que a do ano passado, que foi de 28,88 milhões de hectares. No Paraná, segundo a Seab/Deral, o plantio deverá chegar a 1,2 milhão de hectares, contra 1 milhão de hectares da safra anterior. A Conab, em seu levantamento, repete os números de colheita da safra anterior de 6,18 milhões de toneladas. Porém, é importante considerar que houve quebra de 40% da safra, provocada pela estiagem no Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Houve um relativo atraso no plantio da safrinha de milho, o que aumentou os riscos climáticos. Os levantamentos climáticos para os próximos três meses indicam que as chuvas deverão ser normais para as regiões de plantio de safrinha. Porém, haverá falta de chuvas para o nordeste.