CAMINHOS DO CAMPO: Agende-se, próxima reunião será em Ponta Grossa no dia 24/09
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Foi definida a data de realização da segunda reunião regional da Expedição Caminhos do Campo. Será na próxima segunda-feira, dia 24 de setembro, em Ponto Grossa. O encontro iniciará às 19h30, na Churrascaria Papai Cogo, e terá a palestra Alimentos e Biodiesel, com Amélio Dall'Agnol, pesquisador da Embrapa Soja. O projeto Caminhos do Campo é uma realização da Rede Paranaense de Comunicação - RPC, e conta com o apoio técnico do Sistema Ocepar e da Faep e em parceria com as empresas Monsanto, New Holland e Banco do Brasil.
20 mil quilômetros - Segundo o editor do suplemento Caminhos do Campo, do Jornal Gazeta do Povo, Giovani Ferreira, a empresa de comunicação pretende rodar 20 mil quilômetros durante a safra 2007/2008, fazendo levantamentos para trazer informações aos produtores. "Vamos percorrer todas as regiões produtivas do estado do Paraná e do Cerrado", disse Giovani, lembrando que no projeto está prevista a visita a pelo menos 100 propriedades e troca de informações com mais de dois mil produtores rurais através das reuniões e eventos técnicos que constam na programação. No final será feito um dia de campo para apresentação dos resultados.
Mestres em produzir - Na primeira reunião, realizada na última segunda-feira, na sede da Coopavel, em Cascavel, o mestre em Economia Rural Eugênio Stefanelo, ex-secretário da Agricultura do Paraná, fez uma palestra sobre mercado e comercialização de trigo, milho e soja. Na opinião de Stefanello, os produtores são mestres em produzir, "mas em comercializar ainda falta aprender um pouco". Ele aconselhou os produtores a aproveitarem cada metro quadrado da propriedade, pelas boas perspectivas de preços. Na região de Cascavel, a colheita de trigo está na fase final. Os produtores esperam que chova nos próximos dias para que o plantio de milho, que precisa ser feito até meados de outubro, não fique atrasado. Depois de definida a área de milho, será a hora de plantar a soja.
Consumo - "A relação mundial de estoque X consumo de milho é a menor dos últimos 30 anos", disse Stefanello. Isso acontece porque houve redução de cultivo na União Européia. No Brasil a produção aumentou em 20%, mas também aumentaram as exportações e o consumo interno do grão subiu 6,9%. O estoque brasileiro do milho também está baixo, sendo de 14,2%.
Crescimento - Para 2008 a estimativa, segundo o palestrante, é de que a área de plantio aumente em apenas 3% e se mantenha a produção, visto que as previsões climáticas indicam para um clima ruim, com chuvas anormais e mal distribuídas. "Essa projeção de clima pode levar o produtor a concentrar o plantio numa época só, e isso é a pior coisa que pode acontecer numa safra", enfatizou Stefanello, explicando que, como o La Niña traz incertezas na produção, o ideal é escalonar o plantio.
Relação custo e preço - "O custo operacional médio de produção do milho deve girar em torno de R$ l3,00 a R$ 16,00 a saca, enquanto que "o preço de comercialização está se mantendo bem acima, em torno de R$ 20,00 a saca e deve continuar assim na próxima safra", disse, lembrando que a melhor coisa que aconteceu no mercado do milho foi as cooperativas terem aprendido a exportar milho em 2001, no começo tendo prejuízo, inclusive, mas com visão de futuro. "Foi isso o que fez com que o milho se tornasse um produto de mercado interno e externo, hoje bem mais valorizado em termos de preço", disse. Outro ponto positivo foi a decisão dos EUA de usar o cereal para produzir o álcool, para o que deverão ser destinadas 90 milhões de toneladas somente em 2008. "Isso é mais milho do que produz o Brasil".
Sugestões de comercialização - "Diante dessas perspectivas, se eu pudesse dar um conselho, diria que o produtor deve aproveitar o preço e vender um pouquinho antecipado, no mercado futuro, para pelo menos garantir o custo de produção, e guardar o restante para especular depois da colheita". Se o preço cair, o custo está garantido e se subir, pode-se aproveitar para ganhar mais com o que sobrou. Ou seja, é preciso buscar o preço médio na venda. Outra dica do palestrante é usar do dinheiro da próxima safra tendo como prioridade o pagamento das dívidas e depois recompor o fluxo de caixa.
Soja - Em termos de soja, o mercado se desenha de forma semelhante ao do milho. Os estoques mundiais estão menores e o consumo teve um aumento real de 4,6%. A produção mundial também está menor em 6%. Ou seja, é a lei da oferta e da demanda que explicam os preços que estão sendo praticados hoje. O farelo de soja é outro produto que tem contribuído para os bons preços, uma vez que o consumo aumentou mais que a produção, em relação à safra passada.
Informações - Ainda nesta semana, a Expedição Caminhos do Campo percorre lavouras da região do Toledo e Pato Branco. Para acompanhar o trabalho da Expedição acesse www.gazetadopovo.com.br/expedicaocaminhosdocampo ou as páginas diárias da Gazeta do Povo. (Com informações Imprensa Coopavel)