CANA-DE-AÇÚCAR: PR vai gerar energia com bagaço de cana

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O potencial de geração de energia elétrica a partir do bagaço da cana-de-açúcar produzido no Paraná, é de 600 megawatts, quantidade o suficiente para abastecer quatro cidades com o tamanho de Londrina - cerca de 500 mil habitantes. A conclusão é da Companhia Paranaense de Energia (Copel), após a última safra de cana no Estado, que chegou aos 10 milhões de toneladas. "É um complemento perfeito para tornar a malha energética do Paraná mais competitiva e fortalecida diante de imprevistos, como crises que resultam em prejuízos econômicos em diversas esferas das cadeias produtivas", avalia o diretor de engenharia da Copel, Luiz Antonio Rossafa, baseado na peridiocidade da safra. A cana é colhida na seca, época que os reservatórios não estão com carga total.

Meio ambiente - Esta vantagem aliada aos benefícios ao meio ambiente, levou a Copel a propor em chamada pública, uma sociedade com usineiros de açúcar e álcool paranaenses para a construção de usinas termelétricas. A parceria, em primeiro momento para 120 megawatts, prevê investimentos da ordem de R$ 260 milhões. A expectativa é de 40 empregos diretos e cerca de 500 indiretos, a partir das operações das usinas. O apelo ambiental do bagaço da cana está no descarte: sem tratamento gera metano, substância tóxica, oito vezes mais poluente que o gás carbono, espelido durante a queima do volumoso, para a produção de energia.

Custo menor - De acordo com o consultor da Enercons, Ivo Pugnaloni, a energia do bagaço tem um custo menor em 40% comparado às hidrelétricas. "O suprimento tem preço de mercado que ajuda na matriz a diminuir a tendência de elevação de preços que existe na hidráulica por ser vendida com valor agregado porque já é fabricada na tensão correta para consumo, não utilizando linhas de transmissão e entrando direto na rede de distribuição", comenta. Para ele, a falta de regulamentação técnica especial para este tipo de energia é um entrave para um desenvolvimento mais rápido do uso da biomassa na matriz. As usinas de co-geração exigem um investimento relativamento baixo. Depois de instalada, praticamente não há despesa com combustível e os maiores gastos ficam por conta da manutenção. "A vida útil de uma usina é em média de 15 a 20 anos", contabiliza Rossafa.

Poucas usinas reutilizam bagaço - As 29 usinas do Estado respondem por 10% da produção nacional de açúcar e álcool e delas, três já reutilizam o bagaço, mas apenas na manutenção da indústria. A Copel quer energia em grande quantidade para uso próprio e comercializar o excedente em leilões no mercado regulado. "O Brasil chegou em um ponto que não há sub-utilização do sistema elétrico e apostar em novos meios de geração é o caminho para uma matriz mais consistente", finaliza Rossafa. A Copel se coloca neste empreendimento como sócia-majoritária e garante o mínimo de 40% a outra parte. A produção de energia de co-geração consiste na energia térmica e elétrica de forma simultâea e sequenciada a partir do mesmo combustível - o bagaço. Numa primeira etapa, o bagaço é queimado em caldeiras e gera vapor. O vapor em alta pressão alimenta a turbina que produz energia elétrica. (Folha de Londrina)

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