COCEAL: Tecnologias favorecem resgate do algodão no Paraná

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Resgatar para o estado a posição de grande produtor nacional de algodão é a possibilidade quem vem sendo buscada por pesquisadores, cooperativas e produtores do Paraná. O estado, que já foi o responsável por 50% da produção brasileira com uma área de mais de 700 mil hectares, hoje cultiva apenas 7 mil hectares.  A área, muito longe daquela cultivada no auge do algodão no Paraná, representa uma boa perspectiva para a cultura, segundo avaliação do presidente da Cooperativa Central do Algodão (Coceal), Almir Montecelli. "Estamos otimistas, porém com o pé no chão. A cotonicultura pode ser retomada por meio das tecnologias disponíveis", afirma, citando projeto desenvolvido pela cooperativa no norte do estado.

Investimentos - Wilson Paes de Almeida, coordenador do programa algodão do Iapar, afirma que as novas tecnologias disponíveis são importantes para a manutenção da cultura no Paraná. ""Vivemos um momento delicado; o declínio do algodão é um risco ao produtor"", alerta, lembrando que as algodoeiras paranaenses estão se transferindo para o centro-oeste.  O sistema atual de produção requer altos investimentos e é, ao mesmo tempo, de alto risco. A colheita mecânica convencional, cujas máquinas têm alto custo, impossibilita que pequenos produtores se dediquem à cultura. Essa realidade, segundo Almeida, motiva pesquisadores do Iapar a desenvolver cultivares e tecnologias para aumentar a rentabilidade do algodão no estado. Essas alternativas podem viabilizar a cultura para pequenos produtores, que terão custos menores.

Alternativas - Novas tecnologias de produção, como o adensamento, algodão orgânico e até colorido, podem ser as alternativas para a recuperação da cotonicultura paranaense. A nova tecnologia de plantio é objeto de pesquisa do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), coordenada pelos pesquisadores Ruy Seiji Yamaoka e Celso Jamil Marur. Outros estudos com a cultura contam com parcerias com a Universidade Estadual de Londrina (UEL), associação de produtores e cooperativas.

Vantagens - Partindo de cultivares adaptadas, o novo sistema de produção vem sendo implantado no Paraná. A diminuição do espaçamento entre as plantas permite muitos ganhos ao produtor porque possibilita a melhor utilização da luz solar, um maior aproveitamento dos nutrientes favorecido pela distribuição do sistema radicular, além da diminuição das perdas em função de falhas de plantio. O menor espaçamento entre plantas, de duas vezes a duas vezes e meia menor que o convencional, traz também como vantagem a redução da perda de água por evapotranspiração, além da menor competição com ervas daninhas porque a cultura cobre mais rapidamente o solo.

Colheita  - A precocidade de alguns materiais favorece a produção no Paraná, onde o período de colheita coincide com a época de chuvas mais intensas, ao contrário dos estados da região Centro-Oeste. "No plantio convencional, o período entre o aparecimento da primeira à última bola do algodão é de 45 dias. Essa nova tecnologia permite reduzir esse período em 15 a 20 dias, o que pode diminuir prejuízos", afirma Almeida. Outra vantagem do sistema é que as plantas geram menos frutos, o que reduz o período de abertura das bolas, diminuindo a possibilidade de problemas na lavoura. Essas características atendem também necessidades dos pequenos produtores, que podem se livrar dos riscos climáticos.

Ganho - A redução do ciclo da cultura possibilita um ganho econômico ao produtor. "É possível diminuir aplicação de defensivos e herbicidas e suprimir uma geração do bicudo", relata. O produtor pode também optar por uma segunda cultura, como o milho safrinha. A nova tecnologia é demonstrada em dias de campo, programados para Palotina, Umuarama, Goioerê, Santa Inês e Assaí. (Folha de Londrina)

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