COMUNICADO: Ocepar divulga nota sobre fraude no leite
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O Sistema Ocepar, representado por seu presidente, João Paulo Koslovski, distribuiu na tarde desta quinta-feira (25/10), um comunicado onde esclarece a posição da entidade e das cooperativas paranaenses em relação aos últimos acontecimentos que envolveram duas cooperativas de leite de Minas Gerais. O fato ocorrido de forma isolada no estado de Minas Gerais, onde a Polícia Federal e o Ministério da Agricultura constataram irregularidades em duas cooperativas de laticínios, não pode ser generalizado para todo o sistema cooperativista brasileiro. Temos ciência de que problemas podem existir e que os órgãos competentes têm que estar atentos a qualquer tipo de ação delituosa. Somos favoráveis sim a investigação criteriosa sobre fraudes e defendemos a implantação de amplos programas de qualidade na produção, industrialização e comercialização de leite e derivados ou de qualquer outro produto, além da fiscalização pública permanente e profissional em todas as empresas que atuam com alimentos, de forma a garantir produtos de qualidade e a evitar a concorrência desleal também. Pertencemos a um sistema que tem viabilizado o sonho de muitas pessoas, tanto no campo como na cidade e que muito tem contribuído para o crescimento econômico do estado. Esforço conjunto de mais de 410 mil cooperados em todo o Paraná, que movimentam anualmente mais de 55% de toda produção agrícola paranaense, responsáveis por mais de US$ 1 bilhão em exportações e que geram mais de 770 mil postos de trabalho. Um setor que cresce de forma equilibrada e com responsabilidade, que impulsionou a receita das cooperativas em seis anos, passando dos R$ 6,5 bilhões (2000) para R$ 16,5 bilhões (2006). As 19 cooperativas que atuam com leite no Paraná são responsáveis por 52% da produção aqui comercializada, que é de 1,5 bilhão de litros/ano. Elas recebem mais de 2 milhões de litros por dia o que corresponde a um valor bruto da produção de R$ 468 milhões por ano. Em conjunto com nossas 230 cooperativas filiadas, sempre defendemos um comportamento profissional sério no processamento industrial. Nossas cooperativas são exemplos de excelência naquilo que produzem, não é por acaso que exportam mais de 40 produtos para mais de 70 países. Seria um contra-senso que o setor, baseado na solidariedade e nos princípios de responsabilidade sócio-econômica, abandonassem, de uma hora para outra, esses valores em nome de interesses meramente econômicos. É preciso deixar claro que o fato de duas das 350 cooperativas de leite que atuam no Brasil terem cometido alguma irregularidade, não imputa o mesmo crime a todo o sistema. O próprio Ministério da Agricultura deixa bem claro isso quando afirma: "Encontrar indícios de fraudes em duas cooperativas de leite não significa que a qualidade do leite produzido no Brasil esteja comprometida, tampouco coloca em xeque a qualidade do leite fornecido pelas cooperativas brasileiras, que respondem por 40% da captação do leite no país". Generalizar com base apenas em uma pequena parcela de cooperativas que agem de forma antiética, prejudica a absoluta maioria que tem atuado de forma séria e respeitosa em benefício de milhares de produtores, consumidores e do próprio estado. João Paulo Koslovski Presidente do Sistema Ocepar |