COODETEC II: Silagem é garantia de estabilidade na produção

Apesar de antiga, a silagem de milho ainda é a mais utilizada em todo o mundo pelos produtores que buscam estabilidade leiteira em suas propriedades. O produtor e pecuarista de Matelândia, no Paraná, Flosco Franco de Camargo, adotou o sistema e está evitando, desta forma, a influência negativa do clima - seca, geadas, frio "Antes de trabalhar com silagem, por falta de informação, tínhamos muita perda, o gado ficava desnutrido", disse. Ele lembra que, em um ano de inverno rigoroso, chegou a perder 40 cabeças de gado. "Um período era a seca, outro a geada. Hoje, com orientação da equipe técnica da minha cooperativa, consigo ter duas safras cheias, além de manter a rentabilidade, independente do clima", comemora Camargo.

Divisão de atividades - A família Camargo, que chegou em Matelândia em 1964, têm áreas de grãos e também possui gado. Atualmente, Flosco e mais um irmão, dividem as atividades na propriedade herdada do pai. Um é responsável pelo gado e o outro pela produção de grãos. "Dessa forma conseguimos unir as duas atividades e sustentar nossas famílias com a renda da propriedade", comenta. No início, a família Camargo alugava as máquinas para fazer silagem, depois acabou adquirindo. "Nossa propriedade é pequena, temos 150 cabeças de gado para tratar, mas estamos sempre buscando novidades, pesquisando as melhores alternativas para continuar evoluindo e vivendo com qualidade", comenta Camargo.

Prevenção - Segundo ele, o agricultor precisa se prevenir e a silagem, é uma das formas. "Não é difícil, nem tem custos altos, mas é preciso aprender como fazer com qualidade e em quantidade, além de saber a hora do corte do milho e qual híbrido plantar". Camargo sempre utilizou o CD 308, pela sanidade, porte, excelente enraizamento e principalmente pela silagem de alto valor nutritivo. "Esse ano, além do CD 308, plantei o CD 384. Esse surpreendeu pelo alto potencial produtivo, sanidade foliar e resistência ao vento."

Híbridos adaptados - O supervisor regional de vendas da Coodetec, na região, Martim Herpich explica que para fazer silagem de milho com boa qualidade e com valor nutritivo, é fundamental usar híbridos adaptados à região. Além de formar e conduzir bem a lavoura, deve-se ensilar utilizando as técnicas corretas. "Estamos sempre à disposição dos agricultores, para esclarecimentos sobre os nossos materiais, e esperamos que os agricultores sigam o exemplo da família Camargo e nos procurem para garantir o rendimento de suas propriedades".

Produção - Na fazenda Iguaçu - Star Milk, no município de Céu Azul, são reservados 140 hectares para a produção de silagem. Em média, o cultivo propicia alimentação de qualidade para manter as 1,3 mil cabeças de gado, responsáveis pela produção de 11,5 mil litros de leite por dia. Conforme o administrador da Star Milk, Mário Sossella Filho, o projeto prevê ampliação da produção. "Trabalhamos para esse crescimento e adotamos o sistema de silagem ainda em 1985. Hoje não conseguimos visualizar outra forma para manter a produção de leite nos períodos críticos." A propriedade possui 550 alqueires de área, no total. Desde 1973, além da pecuária de leite, a família Sossella desempenha atividades em agricultura, reflorestamento e biodiesel.

Manejo e qualidade - O engenheiro agrônomo e coordenador de marketing e difusão da Coodetec, Charles Ayub, ressalta que há híbridos de milho que podem produzir acima de 65 toneladas de massa verde por hectare. A boa qualidade do milho, aliada a fatores como as condições do solo, adubação, controle de pragas, ervas daninhas e doenças, além de situações climáticas, também influenciam, na produção do milho e consequentemente na qualidade da silagem.

Modelo de produção - Ele comenta que, no Paraná, a maioria dos produtores adotou esse modelo de produção. "Quem não está trabalhando com silagem ainda precisa começar. Mas, para produzir com qualidade, é preciso ter atenção a detalhes, tais como: escolha do híbrido de milho, densidade de plantas e fertilização adequada, bem como acertar o ponto ideal de corte, o tamanho das partículas, distribuição do material no silo e compactação. Estes aspectos terão grande influência sobre a qualidade e processo de fermentação", explica.

Fermentação - Ayub explica que a fermentação da silagem passa por um processo de anaerobiose, isto é, ausência de oxigênio, que daí é utilizado como alimento objetivando uma maior produção de leite das épocas de pouco pasto, e mesmo na suplementação diária, buscando maior produtividade. Segundo ele, a adubação também é um fator que merece atenção. "A adubagem do milho para silagem deve ser excelente, principalmente com nitrogênio, para que toda parte vegetativa, ou seja, as folhas do milho fiquem verdes até no ponto de corte, garantindo melhor digestibilidade", acrescenta. (Imprensa Coodetec)