COONAGRO: Cooperativa discute os rumos de atuação no mercado de insumos
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Presidentes de 15 das 19 cooperativas agropecuárias paranaenses filiadas à Cooperativa Nacional Agroindustrial (Coonagro) participaram da Assembleia Geral Extraordinária (AGE) e Assembleia Geral Ordinária (AGO), nesta segunda-feira (29/03), na sede do Sistema Ocepar,em Curitiba. "Nós tivemos a necessidade de realizar uma AGE para aprovarmos a alteração de dois itens do estatuto social e discutirmos o planejamento estratégico, que vai traçar um rumo para a Coonagro em curto, médio e longo prazo. Isso foi amplamente discutido de manhã, com análises, questionamentos e sugestões", afirmou o presidente da Coonagro, Frans Borg. Já a AGO aconteceu na parte da tarde, com a prestação de contas referente ao exercício de 2009, aprovação da distribuição de sobras e o estabelecimento das metas para este ano.
Avaliação - Como presidente da Coonagro e também da Castrolanda, Frans Borg, avalia que a Cooperativa Nacional Agroindustrial já contabiliza avanços significativos. "Acredito que nesse curto prazo de existência, o maior ganho até momento foi o aprendizado. Economicamente também houve um avanço bastante expressivo em conseguir disputar mercado, principalmente na compra de insumos genéricos ou não. O preço do glifosato, por exemplo, reduziu 50% praticamente nas primeiras operações. Não foi apenas a Coonagro que provocou essa reação de mercado, mas temos sentido, como cooperativas filiadas, que, só o fato de comprarmos através da Coonagro, já resultou numa pressão de preço em favor de quem está consumindo, beneficiando principalmente as cooperativas menores", disse Borg.
Mercado - Em sua avaliação, a área de fertilizantes exige habilidade nas operações. "É um mercado concentrado, cuja produção está nas mãos de poucos atores, mas o consumo é muito dispersado entre milhares de produtores e as cooperativas representam um grande grupo de agricultores. Mesmo assim, a concentração do outro lado é muito maior do que a parte dos consumidores dos fertilizantes. Desta forma, nós queremos, por meio da Coonagro, tentar trazer esse volume para dentro de uma unidade só para podermos concentrar o consumo de fertilizantes", afirmou o presidente da Cooperativa. "O fertilizante, por ser um produto praticamente 80% importado, depende de câmbio, de preços internacionais que variam bastante. Já a logística desse produto leva de seis a oito meses até chegar no produtor e , nesse período, o câmbio pode ter variado. Assim, você talvez nunca saiba se fez um bom negócio na hora da compra. É uma situação bastante complicada não só para a Coonagro mas para todos aqueles que estão no mercado de fertilizantes. A variação pode ser muito drástica num período de pouco tempo e isso só pode se consolidar se as negociações forem antecipadas, com o câmbio e o preço já definidos. A operação deve ser bem estruturada para evitar mal-estar, digamos assim", frisou.
Mudança - A Coonagro foi criada em setembro de 2008, como Consórcio Nacional Cooperativo Agropecuário. Em outubro de 2009, passou a atuar como Cooperativa Nacional Agroindustrial. São filiadas as cooperativas agropecuárias Agrária, Agropar, Batavo, Bom Jesus, C.Vale, Capal, Castrolanda, Cocari, Codepa, Cofercatu, Coopagrícola, Coopermibra, Cooperval, Copacol, Copagra, Copagril, Lar, Nova Produtiva e Unicastro. De acordo com o presidente da Coonagro, a mudança ocorreu para tornar mais práticas e ágeis as operações. "Como consórcio, a Coonagro não tinha autonomia para importar e comercializar em nome próprio. As importações deveriam ser feitas com o registro específico da cooperativa associada para a compra de cada produto. É um processo muito oneroso e burocrático. Como operacionalmente isso não estava satisfazendo o grupo, houve a necessidade de uma nova configuração jurídica e optou-se pela formação de uma cooperativa central", esclareceu. Ainda de acordo com ele, a compra de fertilizantes e insumos a preços mais atrativos continua sendo um dos focos de atuação da Coonagro.