Cooperativismo: Campo em ebulição

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Vale a pena ler a reportagem exclusiva da revista “Amanhã”, edição 207 (janeiro e fevereiro), intitulada Campo em ebulição, que faz uma análise do desempenho das cooperativas dos estados do Sul nas últimas três décadas. Embora parte do texto mereça algum reparo por analisar sob a ótica atual o desempenho do sistema cooperativista de 30 anos atrás, a reportagem traça um perfil do profissionalismo adotado pela maioria das cooperativas, trazendo números do crescimento e do desempenho. A revista traz a relação das 22 cooperativas que apresentaram, em 2003, o maior faturamento, doze das quais são paranaenses.

Apenas duas opções – Como o advento do Plano Collor, afirma o jornalista Rogério Kiefer, “só sobraram duas alternativas: profissionalizar ou naufragar. A maioria escolheu a primeira opção. A partir daí, o que se viu foi uma revolução no campo. As cooperativas passaram a controlar fábricas, povoar as gôndolas com suas próprias grifes, contratar gestores com especializações e MBAs e exportar para dezenas de países. Dez anos depois, a força do setor se tornou inquestionável. Em 2004, as cooperativas agropecuárias brasileiras movimentaram R$ 35,7 bilhões. Além disso, foram responsáveis por 62% da plantação nacional de trigo, por 40% da produção de leite e por 29% da safra brasileira de soja. Sozinhas, organizações como as paranaenses Coamo e Cooperativa Agroindustrial Coopervale (CVale) entraram para o seleto grupo das empresas que faturam mais de R$ 1 bilhão por ano. Outras, como a catarinense Aurora, ingressaram em nichos até então pouco explorados, como o de massas prontas. A também paranaense Cocamar, dona da marca Purity, investiu pesado em campanhas publicitárias para seduzir os consumidores com uma de suas inovações: saborosos sucos de frutas com soja.

Clube do bilhão – A revista lembra que em 2004, as cooperativas agropecuárias brasileiras movimentaram R$ 35,7 bilhões. “Além disso, foram responsáveis por 62% da plantação nacional de trigo, por 40% da produção de leite e por 29% da safra brasileira de soja. Sozinhas, organizações como as paranaenses Coamo e Cooperativa Agroindustrial Coopervale (CVale) entraram para o seleto grupo das empresas que faturam mais de R$ 1 bilhão por ano. Outras, como a catarinense Aurora, ingressaram em nichos até então pouco explorados, como o de massas prontas. A também paranaense Cocamar, dona da marca Purity, investiu pesado em campanhas publicitárias para seduzir os consumidores com uma de suas inovações: saborosos sucos de frutas com soja.

Empurradas para o mercado – Na análise do professor do curso de pós-graduação em Desenvolvimento Rural da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Paulo Vaquil, "as cooperativas foram empurradas para o mercado”, avalia Paulo Vaquil. Em muitos casos, a adaptação foi traumática. “Sem escolha, elas se desfizeram de negócios – como supermercados e postos de gasolina –, demitiram milhares de funcionários e expurgaram de seus quadros outros tantos integrantes”, completa. Um dos grandes exemplos da reestruturação ocorreu na Cocamar. Em 1990, a organização tinha 4.300 funcionários. Sete anos depois, o número despencou para apenas 2 mil. Movimentação parecida ocorreu no quadro de associados: eram 19 mil em 1990 e restaram 5 mil em 1997. O bisturi precisou ir fundo também em outras cooperativas paranaenses, catarinenses e gaúchas”, afirma.

Tudo pela eficiência – “Sozinhos, os cortes não teriam resolvido os problemas do setor. Por isso, as cooperativas adotaram também uma série de medidas que as deixaram mais competitivas. Em linhas gerais, essas ações podem ser divididas em seis grandes grupos: Aperfeiçoamento do pessoal do campo e das técnicas de produção; Planejamento de longo prazo; Profissionalização da gestão; Investimentos em industrialização; Criação de marcas próprias”.

Paraná é exemplo – “Nessa empreitada, os paranaenses estão algumas léguas à frente dos outros competidores”, afirma o jornalista, citando que afirmação do superintendente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken: “Em 1996, percebemos que não adiantava armazenar e vender apenas produtos in natura. Decidimos tomar o caminho da industrialização, que começou a ser seguido com mais intensidade a partir de 2000”. Os reflexos da decisão são visíveis. Entre 2001 e 2004, as cooperativas paranaenses investiram R$ 1,9 bilhão, principalmente em agroindústrias. No mesmo período, o faturamento do setor, que beirava R$ 5 bilhões, triplicou. Pouco a pouco, imensas agroindústrias começaram a ser erguidas. Com elas, a expansão dos negócios atingiu a velocidade de um Fórmula-1. O faturamento da Coopavel, por exemplo, cresceu sete vezes na última década. E o lucro anual passou de R$ 1 milhão para mais de R$ 30 milhões durante o mesmo período”. A reportagem completa pode ser obtida pelo link http://amanha.terra.com.br/edicoes/207/exclusivo.asp.

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