COOPERATIVISMO: De volta à linha de crescimento
- Artigos em destaque na home: Nenhum
No início de 2006, as cooperativas do Paraná tiveram uma grande decepção ao fechar as contas do exercício anterior. A movimentação de 2005 havia caído 8,3% - de R$ 18 para 16,5 billhões - por causa da falta de chuvas, da queda nos preços internacionais e da desvalorização do dólar diante do real. A saída foi cortar os investimentos, que ficaram limitados a R$ 800 milhões. Foram necessários dois anos para que o cenário se invertesse. Em 2006 o faturamento se manteve em R$ 16,5 bilhões e só no último ano a arrecadação voltou a crescer, alcançando R$ 18,5 bilhões.
Investimentos - O ano de bons resultados foi também um período de apostas. Logo no início de 2007, as cooperativas paranaenses anunciaram que investiriam mais de R$ 1 bilhão no aumento na produção, maior cifra da história do setor. Durante o ano, elevaram esse número para R$ 1,1 bilhão, decisão que já surte os primeiros resultados. Os investimentos foram direcionados à pecuária (36%) e à produção de grãos (23%), setores que sustentam os números positivos.
Aumento na produção - O crescimento de 12% na movimentação foi atribuído pelo Sindicato e Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) a três fatores principais. O primeiro deles é o aumento na produção de grãos. O Paraná produziu na safra 2006/07 mais de 29 milhões de toneladas, resultado 22,5% maior que o do ciclo anterior. O número teve reflexo direto nas contas das cooperativas, que respondem por dois terços da produção de grãos de verão e de inverno no estado.
Elevação de preços - O segundo fator foi a alta nos preços das commodities. A saca de milho subiu 52% e alcançou a casa dos US$ 10 e o de soja aumentou 41% chegando à casa dos US$ 20, dando lastro à previsão de crescimento de 5,5% no Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio de 2007. Setores como a indústria de frango registraram aumento de preços de 30% entre janeiro de dezembro.
Exportações em 2007 - As exportações das cooperativas cresceram até mais que a arrecadação, chegando a R$ 1,1 bilhão, resultado 29% superior ao de 2006. Responsáveis por 20% do PIB no estado que é o maior produtor brasileiro de grãos, as cooperativas tiveram muito trabalho na produção de alimentos para o Brasil e o mundo, afirma o presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski. Só a arrecadação de impostos do setor teria chegado a R$ 900 milhões.
Expectativas otimistas - O próprio número de cooperativas e cooperados cresceu, passando de 228 para 234 empresas e de 407 para 451 mil associados. E se depender das expectativas do setor, os recordes serão provisórios. A previsão é que a arrecadação ultrapasse os R$ 18,5 bilhões com o crescimento contínuo das exportações e a sustentação dos preços. (Gazeta do Povo/Caminhos do Campo)