COOPERATIVISMO II: Indústria colabora para a sustentabilidade das fazendas
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Mesmo em época de preços em alta, os produtores de leite relatam estar correndo atrás de medidas para reduzir custos e ganhar escala. Só assim é possível se sustentar no setor, relata Janus Katsman, pecuarista em Carambeí. Cooperado da Batavo, ele avalia que, nessa disputa constante ditada pelo mercado, o investimento na industrialização se tornou uma nova tendência, que se justifica pela redução de custos e ampliação da renda.
Experiência - A experiência de outras cooperativas, como a Castrolanda, mostra que é possível arrecadar 5% mais com o leite após a implantação de unidades de beneficiamento - que fornecem produto com menos água para as indústrias de iogurtes, queijos e outros derivados. Essas UBLs permitem também padronizar o leite, garantindo negociação de preço por qualidade, ponto alto da bacia dos Campos Gerais.
Qualidade - "O produtor precisa se concentrar em genética, qualidade. A cooperativa tem que se colocar da melhor forma possível no mercado. Quem fica parado, na verdade, está andando para trás", resume Janus. A seu ver, sem muito tempo livre, o pecuarista necessita de um guarda-costas para avançar na pecuária leiteira, papel que uma cooperativa exerce ao facilitar o acesso aos insumos e a comercialização da produção. Com 60 vacas jérsei em lactação, ele tenta ampliar a média de 22 litros/dia por animal. A vantagem dessa raça está na maior concentração de sólidos, mas sem produtividade satisfatória esse diferencial se anula.
Preços - Os produtores reclamam menos dos preços do leite neste ano. No último mês, houve reajuste médio de 7% no Paraná, conforme estudo do Conseleite. O aumento foi de 10% nas principais regiões produtoras do país, conforme o Cepea - Centro de Pesquisas Econômicas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ), campus da Universidade de São Paulo (USP) em Piracicaba. Isso deve-se à redução na captação, que recuou 7% em dois meses com o clima chuvoso, diz o Cepea.
Favorável - Entre os 20 maiores produtores de leite do país, Maurício Greidanus também mostra-se favorável ao retorno da Batavo à industrialização. Com a marca de 14 mil litros de leite ao dia e um rebanho de 400 vacas holandesas, planeja ampliar a produção em 8% ao ano na fazenda Frankanna. "A indústria dá respaldo a esse crescimento. Nossa expectativa com a unidade é de preço mais justo e captação mais regulada." A eficiência da porteira para dentro faz sentindo quando o leite recebe o preço que merece, afirma. (Caminhos do Campo / Gazeta do Povo)