COOPERATIVISMO II: Movimento perde espaço no país onde surgiu
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Ironia do destino. No país em que surgiu o cooperativismo mundial o movimento tende a desaparecer. A afirmação foi feita pelo professor Peter Davis, da Universidade de Leicester, que fica à 170 km a oeste de Londres, capital da Inglaterra. Ele falou ao grupo de dirigentes de cooperativas vinculadas a Ocesc e Coopercentral - Aurora, que estiveram naquela universidade. O professor Davis que foi palestrante no último Seminário das Tendências do Cooperativismo Contemporâneo, promovido pela OCB em Manaus, abordou o mesmo tema daquele encontro, ou seja: Liderança Cooperativa, Gerenciamento e Recursos Humanos. Dissertou sobre modelos de gestão, os problemas de governança corporativa e a gestão baseada em valores. Distribuiu o conteúdo na sua palestra em português.
Legislação voltada ao capital - Ao falar sobre a situação atual do cooperativismo na Inglaterra ele destacou que o movimento está decaindo devido às amarras da legislação, que está muito mais voltada aos grandes capitais, empresas multinacionais e ao sistema financeiro. O professor Davis assegura que se não houver revisão na legislação daquele país, as cooperativas podem desaparecer, sufocadas pelo poder econômico, que incorpora todos os ramos de negócios. Ao abordar a atuação das cooperativas de crédito na Inglaterra, o professor da Universidade de Leicester disse que elas têm pouca expressão se comparado com outros países europeus. Não tem mais que 3% da movimentação financeira do país. Existem países na própria comunidade econômica européia que tem mais de 30% da movimentação pelas cooperativas de crédito. Os grandes grupos financeiros ingleses são muito fortes e dificultam a ação das cooperativas de crédito.
Capacitação da mão-de-obra - Peter Davis ressaltou que o sucesso das cooperativas em qualquer parte do mundo depende da capacitação da mão de obra, especialmente gerencial. Reportando-se ao setor agrícola o professor disse que o produtor rural inglês também está descontente com a situação. Reclamam dos preços dos produtos agrícolas, mas ninguém fala dos tão criticados subsídios agrícolas mantidos pela União Européia.(Fecoagro SC)