CUSTOS: Seguro para transporte de carga pode ficar mais caro e difícil

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Fazer seguro de transporte de carga pode ficar mais caro e complicado a partir de 2008. O segmento será o mais afetado pelas novas regras de solvência da Superintendência de Seguros Privados (Susep), que vão exigir mais capital das seguradoras de acordo com o risco que assumem. No caso dos transportes, para cada R$ 100 de prêmio emitido, as seguradoras vão precisar ter R$ 90 em reserva técnica, bem acima do exigido hoje (R$ 33) e muito superior a outras modalidades como o seguro de automóveis (R$ 20), incêndio (R$ 55) e responsabilidade civil (R$ 20).

Vigência - Segundo cálculos do consultor Luiz Roberto Castiglione, com base em estimativas para 2007, a modalidade de transporte precisaria de um capital adicional de R$ 1,8 bilhão, com um custo financeiro adicional previsto de R$ 106 milhões por conta das novas regras da Susep. As regras valem a partir de janeiro. Segundo o Valor apurou, a decisão da autarquia de ser mais exigente com o seguro transporte vem principalmente por causa do crescente número de fraudes no setor. Um dos casos relatados é que algumas seguradoras só contabilizavam este tipo de seguro quando ocorria o sinistro, o que distorce as estatísticas.

Prazo - O mercado terá três anos para se ajustar às novas regras. Segundo o novo superintendente da Susep, Armando Vergilio, alguns percentuais e prazos de adequação podem ser ajustados. "Se as seguradoras conseguirem nos convencerem, vamos mudar. Outros países tiveram prazos maiores", afirma. Já a data de início dos ajustes, a partir de janeiro, não será mudada. "A data está mantida", afirma.

Ajustes - Os especialistas ouvidos pelo Valor acreditam que uma reestruturação nas carteiras de transporte será inevitável, principalmente porque elas hoje dão prejuízo. O segmento é composto por três categorias: transporte internacional (exportação e importação), nacional (mercado interno) e responsabilidade civil (danos que o motorista ou a carga possam causar a terceiros). Os dois últimos são os mais problemáticos. O transporte internacional é o que dá maior retorno e tem baixa sinistralidade. Ou seja, quanto mais a carteira da seguradora está concentrada no mercado interno, piores os números.

Sinistros - Com o aumento do roubo de cargas pelo país afora, além do maior número de acidentes por causa das estradas ruins e das fraudes, os sinistros não param de crescer. O índice de sinistralidade do mercado, considerando todas os tipos de carteiras de transporte, fechou o primeiro semestre em 59,5%, quatro pontos acima de junho de 2006. O transporte nacional, porém, foi o que influenciou a alta, pois a sinistralidade da carteira de transporte internacional ficou em apenas 36% (frente a 35% do ano passado). Do total de sinistros, 15% são recuperados. (Valor Econômico)

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