DESEMPENHO: Cooperativas exportam 23% a mais, superando os US$ 2,5 bi
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A receita das cooperativas brasileiras com as exportações já supera US$ 2,5 bilhões, registrando um crescimento de 23% em relação ao ano passado. Isso se deve em grande parte ao desempenho das quatro maiores cooperativas brasileiras - Coamo, Cooperativa Central Oeste Catarinense (Aurora Alimentos), Copersucar e Cooxupé - que somadas exportaram um valor acima de US$ 1 bilhão. A maior cooperativa da América Latina, a Coamo Agroindustrial, prevê para este ano um faturamento de R$ 3,3 bilhões, bem acima dos R$ 2,6 bilhões verificados em 2006, possibilitando à empresa a distribuição, hoje, aos seus cooperados, de R$ 21,6 milhões em sobra antecipada, a maior dos 37 anos da cooperativa; o restante deve ser pago em fevereiro. Em 2006, as sobras líquidas totais alcançaram a marca de R$ 190,30 milhões.
Galassini - "A produção foi normal e os preços a partir de agosto cresceram muito por conta de problemas climáticos da Europa", diz o presidente da Coamo, José Aroldo Galassini. Segundo ele, o destaque continuam sendo as exportações de soja em grão, óleo e farelo, e o milho, que somados contabilizaram R$ 420 milhões. Para o próximo ano a perspectiva é ainda melhor. "Esta safra que está plantada tem um custo de produção mais baixo; se os preços atuais de confirmarem, teremos um ótimo ano. O produtor se capitalizou, pagou as contas, esperamos um crescimento muito bom", afirma Galassini. A Coamo começou com 79 agricultores e hoje conta com mais de 20 mil cooperados que atuam nos Estados do Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina e possui mais de 3% da produção agrícola do Brasil.
Aurora Alimentos - O presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc) e diretor administrativo e financeiro da Aurora Alimentos, Neivor Canton, atribui à alta das cotações no mercado externo o aumento do faturamento em 2007 que deve chegar a R$ 2,3 bilhões, superando o R$ 1,7 bilhão registrado no ano passado. "O que tivemos de especial foi um comportamento mais animador na área de avicultura, principalmente no mercado externo, que foi a nossa alavanca de crescimento", avalia Canton. O aumento do volume comercializado no Brasil também é apontado como um dos fatores de crescimento. Para isso a empresa investiu na ampliação da capacidade total de abate e no primeiro trimestre de 2008 irá iniciar a construção de mais uma fábrica, no Município de Canoinhas, em Santa Catarina, que irá abater 300 mil aves por dia. Para a construção da nova planta será necessário um investimento da ordem de R$ 427 milhões que serão aplicados na forma de recursos próprios e financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A Aurora é uma central de 17 cooperativas que englobam 60 mil produtores. "Nosso modelo está embasado na valorização dos produtores, que, na forma de cooperativa, conseguem se manter competitivos na sua atividade", afirma Canton.
Mercado - Em 2007, os Estados Unidos deixam de ser o principal destino das commodities exportadas pelas cooperativas e o Brasil ganhou mercado nos Emirados Árabes, na Holanda e na China, que passa a ser agora o maior importador. A queda das vendas para o mercado norte-americano foi de 30% só nos primeiros nove meses do ano, enquanto a Holanda e os Emirados Árabes avançaram 121,6% e 112,7%, respectivamente. Somados, os dois países importaram US$ 478,2 milhões. Com a previsão de redução na produção de carnes em 2008 as vendas dos produtos desse setor devem crescer ainda mais. (DCI)