ECONOMIA: Carne e leite ajudam e IGP recua
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Graças ao comportamento favorável dos preços de carne e leite no atacado, a inflação medida pelo Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) perdeu força em setembro. O indicador teve alta de 1,17% no mês passado, em comparação com o aumento de 1,39% em agosto. A Fundação Getúlio Vargas (FGV), que anunciou ontem o índice, não descartou a hipótese de novas quedas no indicador, que deve fechar 2007 com alta acima de 5%. Embora não seja mais usada para reajustar a tarifa de telefone, a taxa acumulada do IGP-DI ainda serve para indexar as dívidas dos Estados com a União. Até setembro, o índice acumula elevações de 4,44% no ano e de 6,16% em 12 meses.
Desaceleração - O coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, não acredita que o resultado anual fique próximo da taxa acumulada em 12 meses. Ele aposta na continuidade das desacelerações e em quedas nos preços do setor de alimentação no atacado. "Essa é uma lógica que serve para os resultados de todos os IGPs, que devem fechar o ano com taxa (anual) acima de 5%, mas não devem atingir 6,16%", disse. Entre as quedas e desacelerações mais importantes estão as movimentações de preços em bovinos (de 5,11% para -2,23%); aves (de 5,47% para 0,16%); suínos (de 10,47% para 3,95%) e leite in natura (de 13,85% para 3,72%).
Setor atacadista - O impacto foi sentido fortemente pelo setor atacadista, cuja inflação passou de 1,96% para 1,64% de agosto para setembro. Quadros observou que, no mesmo período, também houve perda de força na elevação de preços no varejo (de 0,42% para 0,23%) em decorrência da inflação mais fraca dos alimentos (de 0,99% para 0,19%). "Mesmo assim, o aumento de preços no atacado foi três vezes mais importante que a alta menos intensa de preços no varejo", disse. (O Estado de S. Paulo)