ECONOMIA II: Reflexos já são sentidos, diz presidente da Ocepar

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"O Governo Federal deve se preocupar com os reflexos negativos provocados pela valorização do real nas exportações do agronegócio". O alerta é do presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski, ao comentar  a preocupação dos exportadores diante do movimento de alta do real frente à moeda americana, preocupação esta que aumentou na última quarta-feira (30/04) com a elevação da classificação de risco do Brasil para investment grade, feita pela agência de classificação de risco Standard & Poor's. De acordo com o dirigente cooperativista, graças ao desempenho do agronegócio brasileiro em 2007, o País registrou superávit na Balança Comercial, mas em 2008 os reflexos da valorização do real já estão sendo sentidos pelos exportadores, o que certamente terá reflexos no saldo da Balança Comercial.

Compensação das perdas - O movimento de baixa do dólar iniciou em outubro de 2002, quando a moeda americana atingiu o pico de R$ 3,80. Desde então, a taxa de câmbio continua caindo de forma consistente, sendo que em abril deste ano, a média registrada foi de R$ 1,68. "O dólar baixo reduz as margens dos produtores brasileiros. Os ganhos só não estão negativos em função dos preços aquecidos, reflexo elevação na demanda e estoques baixos dos alimentos", diz.  Mas antes que as margens se tornem negativas, completa Koslovski, é preciso que sejam adotadas medidas que permitam pelo menos compensar as perdas do setor. A redução de juros e, principalmente, a desoneração tributária sobre produtos, serviços e insumos do setor agropecuário são algumas das medidas sugeridas pelo dirigente. "São questões fundamentais para trazer tranqüilidade ao setor. Afinal, não é possível que produtos in natura tenham percentuais de tributação superiores a 10% como acontece com alguns produtos", pondera.

Curto prazo - A situação, na opinião de Koslovski, exige uma tomada rápida de decisão por parte do governo. "Medidas urgentes precisam ser adotadas para que no curto prazo possamos ter reflexos positivos no equilíbrio da política de exportação do agronegócio", diz.

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