ENCONTRO ESTADUAL I: Cooperativas do PR movimentam R$ 18 bi

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As 235 cooperativas registradas no Ocepar (Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná) devem movimentar R$ 20 bilhões em 2008. A estimativa é do presidente da entidade, João Paulo Koslovski, que, na última sexta-feira (30/11), em Curitiba, abriu o Encontro Estadual dos Cooperativistas, evento organizado anualmente. A estimativa também é otimista em relação à exportação de produtos agrícolas. Prevê-se um crescimento de até 20% nas exportações para o próximo ano. Em 2007, as cooperativas exportaram cerca de 40 produtos para mais de 70 países. As cooperativas do Estado devem fechar o ano de 2007 com uma movimentação econômica acima de R$ 18 bilhões, o maior volume dos últimos dez anos. No ano de 2006, a movimentação econômica foi de R$ 16,50 bilhões, e não apresentou qualquer crescimento em relação a 2005.

Aumento no financiamento - O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, presente no evento, enfatizou que o cenário otimista em relação à agricultura está ligado também ao aumento do financiamento. ''Nos últimos cinco anos as cooperativas de crédito deram um salto extraordinário'', disse ele. O ministro informou que, nos próximos dias, o governo federal vai encaminhar a proposta do seguro rural ao Congresso Nacional. ''O governo federal tem interesse em ajudar no desenvolvimento do setor. As cooperativas também são importantes para minimizar as crises''.

Ramos crédito e saúde - Em 2007, segundo o presidente da Ocepar, dois ramos teriam se destacado entre os demais no Paraná: as cooperativas de crédito e de saúde. Somente as cooperativas de crédito teriam sido responsáveis por movimentar cerca de R$ 2 bilhões durante o ano. A Ocepar alerta, entretanto, que as estimativas para 2008 levam em conta as mesmas condições de 2007, quando após dois anos de crise houve uma recuperação dos preços dos produtos agrícolas, especialmente dos valores do milho e da soja. ''O início de 2007 foi um pouco ruim, mas depois houve uma recuperação. É claro que se trata de uma 'indústria a céu aberto', a gente acaba dependendo de São Pedro também, mas o cenário é de crescimento'', comentou Koslovski.

Estudos - O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, presente no evento, disse que já existe uma equipe de cerca de 70 pessoas, vinculada à pasta, que estuda as consequências de uma mudança climática para a agricultura. ''Os estudos já revelam que haverá uma grande interferência no café. A produção de laranja, por exemplo, pode ter que se deslocar de São Paulo para Santa Catarina. Temos 210 estudos em andamento sobre o tema. Efetivamente está tendo uma mudança climática'', adiantou ele.

Demanda - Apesar das mudanças climáticas, o ministro enfatiza que há um aumento na demanda por produtos agrícolas. ''É um momento novo para a agricultura. Primeiro porque há um aumento de demanda por alimentos. Segundo porque há o biodiesel (utilização de matérias-primas agrícolas para a produção de combustível limpo)'', afirmou ele durante discurso. À imprensa, entretanto, Stephanes reafirmou que o Paraná não teria vocação para a produção de biodiesel, já que há uma ausência ''de matéria-prima adequada''. ''A soja, que é forte no Paraná, é um produto muito nobre para virar óleo. Mas o Estado não precisa ser especialista em biodiesel, o Paraná é um grande produtor de álcool'', disse ele.

Cooperativas em números - Em 2007, cerca de 45 mil pessoas aderiram ao sistema das cooperativas, que hoje reúne mais de 400 mil trabalhadores. A maioria dos cooperados (cerca de 70%) é considerada pequeno e médio produtor (utiliza uma área de até 50 hectares). As cooperativas integram cerca de um terço da população rural do Paraná. (Folha de Londrina)

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