ENDIVIDAMENTO: Proposta de renegociação avança em Brasília

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Foram três horas de intensa negociação entre parlamentares das comissões da Agricultura da Câmara dos Deputados e do Senado, líderes do setor produtivo, o ministro Reinhold Stephanes, da Agricultura e o ministro Guido Mantega, da Fazenda. Mas o resultado da reunião, que aconteceu na terça-feira (08/04), em Brasília, avançou em alguns pontos, principalmente, em relação aos juros e mais prazos para o pagamento dos débitos vencidos e a vencer. Ao final da reunião, o ministro Stephanes adiantou que, em relação às operações de custeio alongado, a taxa de juros será reduzida de 8,75% para 6,75%. E disse existir um consenso em torno de 14 anos para a prorrogação de alguns grupos de dívidas.

Proposta definitiva - "A proposta  final não vai contemplar todo o montante do endividamento rural, mas certamente vai solucionar o problema para muitos produtores e cooperativas", afirma o presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski. Segundo ele, as negociações com o governo continuam nesta quarta-feira visando ajustar mais alguns pontos. "Já nos encontramos na manhã de hoje com o ministro Stephanes e  no final tarde teremos outra reunião com ele e, provavelmente, com o ministério da Fazenda", disse. Na sua opinião, um dos pontos positivos da nova proposta é que o governo aceitou em reduzir a taxa de juros do Prodecoop de 10,5% para 8,75% para as parcelas a vencer. "Também o FAT Giro foi contemplado na renegociação, com uma redução de juros para 8,75% para quem estiver adimplente, além de prazo e bônus para liquidação", conta o dirigente. O projeto final de renegociação deve sair por medida provisória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, possivelmente,  na próxima semana. "Uma proposta interessante é que será incluída na MP alguns pontos sobre a criação do Fundo de Catástrofe", conta o dirigente.

Ajustes - Para o assessor técnico da Comissão da Agricultura da Câmara dos Deputados, Nelson Vieira Fraga Filho, os avanços obtidos também foram positivos. "O governo tem se mostrado sensível ao problema e, dentro da sua capacidade orçamentária, tem buscado soluções para o endividamento", afirma. Segundo ele, a nova proposta apresentada pelo governo melhorou em alguns aspectos, entre os quais o alongamento do prazo das dívidas do Funcafé, que antes eram até 2018, e que agora passam a ser até 2020. "Também melhorou as condições de juros, já que o governo reduziu a taxa de 9,6% ao ano para 7,6% ao ano, mantendo o bônus de adimplência", disse.

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