ENTREVISTA I: Rossi elogia Stephanes e diz que será fiel a projetos

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A compatibilização entre o aumento da produção agrícola e a necessidade de preservação ambiental deve ser o grande desafio da gestão do novo ministro da Agricultura, Wagner Rossi. Em entrevista concedida à Gazeta do Povo, Rossi disse que dará continuidade às ações encampadas pelo seu antecessor, Reinhold Stephanes (PMDB-PR), que tenta se reeleger deputado. Ele destacou os esforços do ex-ministro para promover o aumento da produção naconal de fertilizantes e afirmou que dará continuidade ao projeto. Graduado em direito e administração de empresas, Rossi presidia, desde 2007, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), empresa vinculada ao Ministério da Agricultura.

A troca de comando no Mapa traz certa insegurança num momento em que o produtor planeja uma nova safra. Como o senhor pretende conduzir a pasta até o final do ano?

É natural que, depois de uma gestão tão realizadora como a do ministro Stephanes, haja uma expectativa do setor produtivo. Posso garantir que vou continuar as políticas que compõem o quadro de referência do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que estavam sendo tão bem executadas pelo ministro Stephanes.

Stephanes colocou em pauta a reforma do Código Florestal, o marco regulatório dos fertilizantes e a criação de uma política de apoio à produção de trigo. O senhor pretende dar continuidade a essas discussões durante a sua gestão? Como?

Esses são pontos importantíssimos que, já nas minhas primeiras declarações ao chegar aqui no ministério, ressaltei como tarefas a serem cumpridas. O ministro Stephanes realizou muito, mas não poderia terminar todas as propostas no tempo de sua gestão. Vou dar ênfase nessas questões que são extremamente relevantes.

O marco regulatório dos fertilizantes, prometido por Stephanes para 2010, sai ainda neste ano?

O ministro Stephanes fez um excelente trabalho nesta área. Começou a desenvolver uma equipe técnica do ministério e agora vou dar continuidade para que se transforme numa proposta concreta.

E com relação à reforma do Código Florestal, o senhor já fez contato com a nova ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, para retomar as discussões?

A questão do Código Florestal é, sobretudo, uma construção de consenso. Devemos ter uma visão clara de que o setor produtivo agrícola brasileiro está contribuindo de forma extraordinária para o país, por meio do aumento da produção de alimentos, de commodities para exportação, que são importantíssimas nas relações comerciais do Brasil e que garantem o superávit da balança comercial do agronegócio, que é altamente significativa no conjunto das relações econômicas do Brasil com o exterior.

Qual deve ser o volume de recursos do Plano Safra? Pode-se esperar redução das taxas de juros, novas linhas de financiamento?

Ainda estamos no processo de elaboração. O que posso garantir é que não faltarão recursos para os nossos agricultores. Os recursos da safra passada não foram totalmente tomados devido à grande limitação que é a capacidade de endividamento dos agricultores, em muitos casos esgotada.

Pode-se esperar algum projeto novo em sua gestão?

Não é possível fazer um projeto porque isso demanda tempo e questões orçamentárias que já foram decididas no ano passado, além de mudanças de pessoas, o que não vou promover porque quero prestigiar o extraordinário corpo técnico do Ministério da Agricultura. Os procedimentos constantes, próprios da pasta, não se alteram pelo fato de 2010 ser ano eleitoral. O que esse período não permite é a liberação de recursos e convênios com as prefeituras, com outros órgãos públicos dos estados. (Caminhos do Campo / Gazeta do Povo)

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