ENTREVISTA II: Camargo promete consolidar programas em curso no estado

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Consolidar o Paraná como o maior produtor de grãos do Brasil e dar ao estado o status de área livre da febre aftosa sem vacinação serão as principais bandeiras do novo secretário da Agricultura, Erickson Camargo. Em entrevista à Gazeta do Povo, ele falou que pretende que dar continuidade aos projetos que vinham sendo desenvolvidos na gestão anterior. Segundo ele, nos nove meses em que ocupará o cargo não haverá tempo para viabilizar novos projetos. Chandoa é engenheiro agrônomo e ocupava a chefia do Núcleo Regional de Campo Mourão da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab) desde o início do governo Roberto Requião. Ele assumiu na semana passada o lugar de Valter Bianchini (PT), que deixou o cargo para disputar uma cadeira na Assembleia Legislativa do Paraná.

Como o Sr. pretende conduzir a secretaria até o final do ano? Quais serão as prioridades da sua gestão?

Nós temos um projeto de governo que já vem dos nossos antecessores: Valter Bianchini, Newton Pohl Ribas e o próprio Orlando Pessuti como secretário. Nossa meta é consolidar esse projeto até o final da gestão Requião/Pessuti. Vamos manter programas como o Fundo de Aval, o Trator Solidário, o Fábrica do Agricultor, o Irrigação Noturna, o Leite Paraná, o Leite das Crianças, o pagamento de parte da subvenção do seguro do trigo, o incentivo à caprino e ovinocultura. Também haverá um foco muito grande na sanidade animal e vegetal. Temos um grande desafio que é consolidar o Paraná como área livre de febre aftosa sem vacinação. Vamos buscar junto ao Ministério da Agricultura esse credenciamento. Também vamos preparar um levantamento sobre manejo e conservação do solo e da água e implantar o Programa Integrado da Gestão das Microbacias.

Podemos esperar algum projeto novo no pouco tempo que o Sr. ficará no comando da secretaria?

Nove meses é um período muito curto para desenvolver e implantar um projeto. O objetivo é consolidar tudo aquilo que foi projetado por nossos antecessores. E vamos nos dedicar para fazer isso porque a responsabilidade de concluir esses projetos é muito grande.

Sobre as perspectivas para a agricultura brasileira em 2010/11, qual a sua avaliação?

Estamos passando por um momento de recuperação do estado como maior produtor de grãos do país. Não vamos passar as 32 milhões de toneladas de grãos que já alcançamos, mas vamos ter recorde em soja. O que nos preocupa muito é a comercialização, pois nós dependemos muito do mercado internacional, principalmente na soja, que é o nosso carro-chefe. Temos recorde de produção no Paraná, mas também em outros estados e no país vizinho, Argentina. Qualquer oscilação fora da porteira deve ser equalizada dentro da porteira para não inviabilizar a produção. Hoje temos um custo de produção próximo de 100 sacas por alqueire e a nossa média de produtividade fica em torno de 130 sacas. A margem é muito pequena. Precisamos avançar em tecnologia para reduzir custos e equalizar essa conta. Também precisamos buscar cada vez mais a verticalização, transformar essa soja em carne e fomentar a avicultura e suinocultura. Temos uma esperança muito grande na pecuária com a conquista do status de área livre de febre aftosa sem vacinação. Isso com certeza vai valorizar a arroba do nosso boi e vai valorizar toda a cadeia da bovinocultura de corte. Esse será o nosso grande diferencial que vai nos colocar à frente dos demais estados. (Caminhos do Campo / Gazeta do Povo)

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