EXPANSÃO: Cooperativas paranaenses investem em peixe e ovinos
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A Copacol, cooperativa do Oeste do Paraná que faturou R$ 690 milhões em 2007 e tem no frango sua principal fonte de receitas, com abate diário de 300 mil aves, entrará em um novo ramo em junho, com a inauguração de um frigorífico para peixes. A unidade terá capacidade inicial de processamento de 10 toneladas de tilápias por dia, que irão virar filés, receber temperos e também serão transformados em lingüiça, salsicha e hambúrguer. Na mesma região do Estado, a Coovicapar, criada há dois anos, marcou para o próximo dia 30 a abertura de um frigorífico para abate de ovinos e caprinos. Ele está sendo erguido para abater mil animais diariamente, mas irá começar com apenas 50 por semana e planeja chegar a 200 por dia até o final do ano, com o desenvolvimento da cadeia de produção e do mercado.
Pioneirismo - Nos dois casos, serão as primeiras cooperativas do Paraná no abate e industrialização dessas carnes. Na Copacol, que fica em Cafelândia e escolheu Nova Aurora, distante 17 quilômetros, para a construção do frigorífico, a motivação veio com a necessidade de diversificar e oferecer aos associados uma nova alternativa de renda. Isso possibilitou a reativação de tanques de criação que estavam parados. Os investimentos somarão R$ 12 milhões e existe a intenção de quadruplicar a produção até 2012, quando a atividade deverá responder por 5% do faturamento.
10 anos de análises - O presidente do grupo, Valter Pitol, diz que se trata do primeiro sistema integrado de peixes do país. Segundo ele, foram dez anos de análises sobre a viabilidade da atividade. O sistema integrado será semelhante ao existente nas atividades com frangos e suínos. O projeto prevê 190 hectares de lâminas d"água para a engorda de animais, que serão entregues com 50 gramas aos produtores e recolhidos com cerca de 650 gramas, quatro meses depois. A remuneração será feita segundo a mortalidade e o índice de eficiência. A cooperativa irá fornecer ração, assistência técnica e os alevinos, e ficará responsável pelo processamento e venda da produção - ela tem três mil clientes para o frango. Há planos para exportar para EUA e Europa.
Mercado tem demanda - Já a Coovicapar, conforme seu diretor Roberto Mafessoni, partiu para uma nova frente porque percebeu que o Brasil consome 60 mil toneladas de carne de ovinos por ano, mas precisa importar dois terços desse volume, sobretudo do Uruguai. O Paraná, disse, tem 2% do rebanho nacional e o oeste do Estado conta com 70 mil matrizes. O frigorífico, onde estão sendo aplicados R$ 3 milhões, ficará no distrito de Vila Nova, em Toledo. Parte dos recursos foram obtidos com a prefeitura, que entrou com terreno, terraplenagem e outros custos; R$ 900 mil vieram de emendas parlamentares do deputado federal Dilceu Sperafico (PP), que também é criador de animais. (Valor Econômico)