Federação fortalece cooperativas de telefonia argentinas
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Para enfrentar os gigantes da telefonia - a espanhola Telefónica e a francesa Telecom -, as pequenas cooperativas telefônicas argentinas se uniram em uma federação, a Fecotel. São 300 cooperativas, que controlam 550 mil linhas telefônicas no país, de um total de 6,5 milhões. Cerca de 20% do território está sob o controle das cooperativas. Desde 2001, o consumo e o número de linhas instaladas aumentaram em 20%. "A meta é chegar a 1 milhão de linhas em 2005", disse Juan Carlos Fissore, presidente da Fecotel. Como diferencial, ele destaca que o cliente que paga uma cooperativa pode ter a certeza de que esse dinheiro permanecerá no país, e não irá para o exterior, como no caso das empresas estrangeiras. E lembra que houve muitas demissões nas estrangeiras, e as cooperativas da Fecotel aumentaram o quadro de pessoal em 35%, de 1990 a 200. As cooperativas têm tarifas iguais às das estrangeiras e serviços de valor agregado grátis, como transferência de ligações. "E não cobramos nada das escolas. Para elas e bibliotecas, a internet é gratuita."
No mercado rejeitado - As cooperativas telefônicas existiam muito
antes das privatizações dos anos 90, quando a estatal Entel foi
dividida entre a Telefônica e a Telecom. Na época, 1991, havia
na Argentina 2,7 milhões de linhas, sendo 150 mil das cooperativas. "As
cooperativas estão nas pequenas cidades, onde ninguém queria prestar
serviços. Isso ocorre no balneário de Pinamar, na província
de Buenos Aires, que tem 25 mil clientes. A cooperativa administrada por Fissore,
em María Susana, na província de Santa Fe, presta serviços
há 40 anos. "A estatal telefônica não se interessava
em instalar infra-estrutura em uma cidade tão pequena, de 3,3 mil habitantes.
Por isso, surgiram várias cooperativas em diversas cidades pequenas."
Para Fissore, as cooperativas argentinas poderiam trabalhar em conjunto com
cooperativas de países vizinhos. "O Brasil tem um potencial enorme
para o cooperativismo na área telefônica."Ele cita a Bolívia,
onde 90% da telefonia está sob o controle de cooperativas. "Seria
racional que uma ligação de Foz de Iguaçu para o lado argentino
da fronteira, em Puerto Iguazú, fosse cobrada como local. Mas ainda é
internacional".