FERTILIZANTES: A experiência das cooperativas catarinenses

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

Gerente e profissionais da área de fertilizantes das cooperativas do Paraná se reuniram na Ocepar, nesta sexta-feira (16/05), com o objetivo de continuar os estudos sobre as alternativas para resolver o problema dos altos custos dos fertilizantes. O superintendente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, fez a abertura da reunião reafirmando a importância da união entre as cooperativas na busca de solução para o problema, o que as cooperativas de Santa Catarina já concretizaram através da indústria de fertilizantes montada pela Fecoagro no Porto de São Francisco. O presidente da Fecoagro (Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado de Santa Catarina), Luiz Vicente Suzin, e o diretor executivo, Ivan Ramos, fizeram a apresentação da experiência. Em seguida, gerente técnico e econômico da Ocepar, Flávio Turra, fez a apresentação dos estudos realizados no âmbito das cooperativas do Paraná.

Em busca de preço e qualidade - A Fecoagro é uma central de cooperativas agropecuárias com onze filiadas, as quais, juntas, faturaram em 2007 pouco mais de R$ 2,4 bilhões. A decisão dos dirigentes em investir na indústria vinha sendo discutida há mais de 15 anos. A busca de equilíbrio de preços, qualidade e o conhecimento do mercado foram os objetivos da implantação da indústria. As obras foram iniciadas em 2003 e a indústria começou a operar em 2004, com capacidade para 100 toneladas/hora. Agora a indústria está sendo ampliada visando expandir a prestação de serviço a terceiros. "Se alguém quer importar fertilizantes por São Francisco e misturar na nossa indústria para levar para o Mato Grosso, podemos fazer isso", exemplificou Ivan Ramos, durante sua explanação aos executivos da área das cooperativas do Paraná.

Alternativa do mercado - A decisão da Fecoagro fornecer 50% das necessidades das cooperativas foi estratégica, em função da oscilação do mercado, permitindo o abastecimento suplementar no mercado interno, quando os preços estiverem mais vantajosos. Nesse momento entra novamente o poder da cooperação entre as cooperativas, que se abastecem através da Central de Compras da Fecoagro, que tem maior poder de barganha ao fazer aquisição de grandes volumes de fertilizantes. "Em função da atuação da Fecoagro em fertilizantes, as onze cooperativas pagaram o menor preço do adubo comprado fora", afirma Ivan Ramos. A atuação da Fecoagro acaba beneficiando também outras cooperativas que não fazem parte da central.

Parceria - A Fertipar, empresa de fertilizantes do Paraná que foi sócia na implantação da indústria, continua parceira na utilizando os serviços da misturadora e na importação de parte da matéria-prima demandada pelas cooperativas. A Fertipar é também uma das principais fornecedoras de fertilizantes prontos para a Fecoagro completar a demanda das cooperativas. Em determinado momento, os adubos prontos comprados de terceiros pela Fecoagro para as filiadas poderão ter sido processados na própria indústria da Fecoagro, mediante a prestação de serviços a terceiros. Essa prestação de serviços será ampliada neste ano, após a conclusão das obras de ampliação da indústria, ao custo de R$ 6 milhões. 

Participação das cooperativas - A misturadora da Fecoagro custou R$ 13 milhões na primeira etapa e mais R$ 6 milhões agora, na ampliação. Recentemente o BRDE avaliou a indústria em R$ 35 milhões. A sua capacidade foi dimensionada de acordo com uma cota mínima de consumo de fertilizantes por cada uma das cooperativas filiadas, que eram 13 até recentemente. Cada cooperativa entrou no negócio com um capital proporcional à compra anual de fertilizantes na Fecoagro. Se a cooperativa, por uma questão de mercado, adquire menos fertilizantes do que a cota estipulada, pagará um diferencial para cobrir a sua parte do financiamento da indústria. No entanto, na hora da Fecoagro precisar tomar qualquer decisão, cada cooperativa tem direito apenas a um voto.

Genéricos - O evento prossegue no período da tarde, quando será discutido o tema: defensivos genéricos. Participam como debatedores o consultor de mercado na área de defensivos, Edward Achterberg, que falará sobre possíveis modelos que as cooperativas poderão adotar na questão dos insumos genéricos e na seqüência o assessor da Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Daniel Amin Ferraz abordará sobre modelos de projetos de empresas que atuam no setor dos defensivos. Ao final os participantes farão observações que irão constar de um relatório que será elaborado pelo Sistema Ocepar e que será levado a discussão com os presidentes das cooperativas agropecuárias paranaenses.

Conteúdos Relacionados