FERTILIZANTES: Adubo em alta mina plano do Brasil de elevar oferta de trigo

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Apesar do estímulo gerado pelo aumento das cotações do grão nos últimos meses, a alta mais acelerada dos custos de produção ameaça colocar areia nos planos do governo federal de ampliar a safra de trigo em 25% no próximo ciclo, para 4,75 milhões de toneladas. O vilão da história é o preço dos fertilizantes, que em alguns casos mais do que dobrou desde 2007, e os produtores já cobram a concessão de subsídios na aquisição do insumo. A proposta será levada à próxima reunião da câmara setorial nacional do trigo, na quarta, em Brasília, pelo representante da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Hamilton Jardim. "Os fertilizantes já representam 45% dos custos - a média histórica fica entre 20% e 25%". Ele sabe que o governo resiste à idéia. Mas, como o Valor publicou, admite criar uma linha de crédito vantajosa para facilitar a compra do produto.

Incentivo ao trigo - Em abril o governo anunciou o Plano Nacional do Trigo, com alta de 20% no preço mínimo do produto, para R$ 480 a tonelada, e de 33% no limite de custeio das lavouras, para R$ 400 mil, além de uma linha de crédito especial para comercialização com juros de 6,75% ao ano, mas sem medidas adicionais "nada está garantido", disse Jardim, referindo-se às metas de produção. "Não podemos seguir produzindo e nos endividando". Nos últimos 12 meses, o preço médio pago ao agricultor gaúcho, segundo maior produtor do grão no país, subiu 23%, para R$ 33,27 a saca de 60 quilos, segundo a Emater-RS. Ao mesmo tempo, desde a safra passada o custo de produção passou de 28 para quase 39 sacos por hectare, sem sinais de que a tendência mudará, enquanto a produtividade média da lavoura gaúcha é de 32 sacos por hectare.

Aumento da área x financiamento - Segundo o secretário estadual da Agricultura, João Carlos Machado, a projeção inicial do setor para este ano era de um aumento de 25% na área plantada em relação aos 850 mil hectares da safra passada. Com a disparada dos custos, a primeira estimativa da Emater-RS ficou em 12% de ampliação, para 950 mil hectares, com uma produção de 1,9 milhão de toneladas. Mas mesmo este desempenho pode não se concretizar, como ressalvou o presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado, Rui Polidoro Pinto. Jardim diz que os produtores também não conseguem acessar integralmente o crédito para custeio devido à capacidade limitada de endividamento e ao alto nível de garantia exigido pelos bancos.(Valor Econômico)

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