FOLHA DE LONDRINA: Estiagem causa prejuízo de R$ 3,6 bi no PR
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Um levantamento realizado pela Ocepar aponta que as perdas provocadas pela estiagem chegam a 6,3 milhões de toneladas no Paraná o que significa uma redução de quase 30% nas safras de soja, milho e feijão. O prejuízo é estimado em R$ 3,6 bilhões e, com isso, a safra passa de 21,5 milhões de toneladas para 15,1 milhões de toneladas. Fizeram parte da consulta 25 cooperativas que representam 70% da área de soja do Estado, 55% da área de milho e 25% de feijão. Os números são piores que os divulgados pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento na última quarta-feira que estimava quebra de safra de 5,06 milhões de toneladas e perdas de R$ 2,89 bilhões. O relatório da Seab consta em matéria da edição deste sábado da FOLHA RURAL, cujo caderno foi fechado na quinta-feira, antes da divulgação do novo levantamento da Ocepar.
Proagro - Para minimizar os efeitos da seca, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, anunciou algumas medidas. Uma delas é agilizar as perícias para pagar o seguro agrícola. Cerca de 14 mil produtores paranaenses já pediram indenização do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro). Cerca de 100 técnicos da Seab já estão trabalhando para agilizar a liberação do seguro. Além disso, haverá o refinanciamento de dívidas e o financiamento para novos plantios.
FAT Giro Rural - O presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski, disse que um dos pontos mais importantes é a liberação do FAT Giro Rural que permite alongar as dívidas e comprar insumos. Ele acredita que ainda é cedo para avaliar o fechamento do ano de 2009 para a agricultura do Paraná. ''A receita (dos produtores) vai ser menor que no ano anterior. Quem foi afetado pela seca não vai nem pagar os custos'', prevê.
Cooperativas - Para diminuir os efeitos da crise financeira internacional serão liberados R$ 2 bilhões de capital de giro para as cooperativas brasileiras dentro de 15 a 20 dias. Cerca de R$ 400 milhões deste total serão destinados para o Paraná. Esses recursos serão utilizados para reforçar a comercialização da safra. Ele destacou que as cooperativas são ''o melhor instrumento para o governo''.
Maiores perdas - As maiores perdas são estimadas para as safras de milho (37,1%) e feijão (39,7%). Na soja, a quebra é prevista em 23,7% com menores consequências devido ao plantio ter ocorrido nos meses de novembro e dezembro. A Seab estimou 17% de perdas na soja. O secretário estadual de Agricultura, Valter Bianchini, disse que a metodologia adotada pela Seab e pela Ocepar é diferente. A perda de 29,6% da safra foi considerada muito alta pelo ministro. Apesar dos números negativos, ele disse que hoje a situação é melhor do que há 60 dias porque o mercado internacional reagiu. O Brasil voltou a exportar milho e os preços dos produtos agrícolas como milho e trigo melhoraram. ''O mundo vai continuar comendo e os estoques mundiais estão baixos'', disse Stephanes. Apesar da alta nos preços de alguns produtos como o feijão, ele acredita que isso não deve interferir nos índices de inflação.
Estimativas - Ainda segundo o ministro, as perdas na safra brasileira são estimadas em 7% a 8% com quebra de 10 milhões de toneladas. Stephanes destacou que a situação no Paraná é pior que a nacional porque no Brasil acaba sendo compensada em outras áreas plantadas. ''Devemos voltar à produção da penúltima safra (2006/2007)'', disse. No ano passado, o clima ajudou a previsão inicial da safra brasileira saltar de 137 milhões de toneladas para 145 milhões de toneladas. ''Já estamos acostumados a viver com a seca e conseguimos prever o clima. A crise tem fatores com os quais não estamos acostumados a conviver'', disse. O secretário estadual de Agricultura e Abastecimento, Valter Bianchini, acredita que o milho safrinha e a safra de inverno possam minimizar os efeitos da estiagem. (Folha de Londrina)