Fórum I: Alca: negociador deverá adotar posição dura
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Lobbies e pressão - “Quanto o assunto é comércio, os negociadores continuam tão duros como sempre foram. Nos Estados Unidos, a política comercial externa é definida a partir das necessidades do setor produtivo, especialmente o industrial, e não o Estado, ou seja, estamos falando de lobbies e de pressão sobre o Congresso e o Executivo”.
Dura e agressiva - “A proteção à agricultura, por exemplo, não é muito popular. A posição americana é errada, e muitas de suas políticas violam as determinações da Organização Mundial do Comércio (OMC). É preciso aproveitar essa desvantagem. Da a importância da agricultura para a economia brasileira, eu recomendaria uma negociação extremamente dura e agressiva. A mesma coisa acontece no caso do aço. Só que os negociadores têm de estar preparados para longas batalhas jurídicas e pesadas discussões”.
Não abrir espaço - “Qualquer que seja a orientação política da Casa Branca, há um forte consenso em defender o espaço econômico americano. Não abrir espaço a estrangeiros foi e continua sendo um lema. Há também questões trabalhistas e de proteção ao emprego, e os sindicatos deverão fazer uma pressão cada vez maior para impedir a entrada tanto de trabalhadores quanto de produtos estrangeiros nos Estados Unidos”.
Prestígio – Também participaram da abertura do Fórum no auditório da Ocepar, além dos 110 inscritos, o secretário da Agricultura e vice-governador, Orlando Pessuti, o presidente da Faep, Ágide Meneguette, o delegado do MAPA no Paraná, Valmir Kovalevski, o vice-presidente da OCB, Luiz Roberto Baggio e o representante do Fórum Permanente de Negociações Internacionais, Antônio Donizeti Beraldo da CNA e diversas lideranças setoriais.
Proposta – Durante seu pronunciamento, o secretário Orlando Pessuti fez questão de ressaltar o importante desempenho do agronegócio no Paraná e aproveitou para lançar uma idéia. Que venha ser constituída uma grande frente, com a participação de todas as entidades do setor, para negociar com o mercado internacional. De imediato a sugestão foi acatada pelo presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski que sugeriu que esta frente fosse coordenada pelo próprio secretário.
Antenados - Para o presidente da FAEP, Ágide Meneguette, "hoje os produtores rurais estão antenados com o que se passa no mundo, porque se conscientizaram que fazem parte de um mercado globalizado". Conscientizaram-se que, além de produzir melhor, com qualidade, com produtividade e custos compatíveis, precisam de infra-estrutura em ordem e barata para que possam competir internacionalmente. Entendem que o câmbio é um componente vital na sua atividade, mesmo que eles produzam para o mercado interno. "É justamente porque precisamos ser competitivos e porque algumas das regras basilares do comércio internacional não estão sendo obedecidas pelos países desenvolvidos, é que as negociações internacionais também passaram a fazer parte das preocupações dos nossos produtores", afirmou Meneguette, defendendo um combate ao protecionismo e ao subsídio dos países mais ricos.