FUNDEPEC: Ministro da Agricultura diz que defesa sanitária é prioridade nº 01

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O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, voltou a afirmar de que a questão da defesa sanitária no país é a prioridade número um e que recursos não faltarão. Esta afirmação foi feita nesta segunda-feira (14/05), no Hotel Mabu, em Curitiba, durante encontro com dirigentes de empresas e cooperativas que usam ou comercializam produtos de origem animal. Evento promovido pelo Fundo de Desenvolvimento da Agropecuária do Paraná (Fundepec), onde foi discutida a participação da iniciativa privada nas ações de defesa sanitária animal. Além de Stephanes, o evento contou com a participação do secretário estadual da Agricultura, Valter Bianchini, do presidente da Federação da Agricultura do Paraná (Faep) e do Conselho Deliberativo do Fundepec, Ágide Meneguette, e do diretor-executivo do Fundepec, Antônio Leonel Poloni, Inácio Afonso Kroetz, Secretário de Defesa Agropecuária do Mapa e demais lideranças do setor agropecuário do Estado. O presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski, coordenou um painel sobre ações da iniciativa privada na defesa sanitária, momento em que representantes dos diversos setores puderam apresentar suas sugestões em relação ao combate da doença.

Integração - O ministro destacou a necessidade de se trabalhar de maneira integrada. “Todos somos responsáveis e o governo vai cumprir com sua parte”.  Ele destacou o exemplo que o Paraná está dando mais uma vez, pela integração entre governo, através do Secretário da Agricultura, Valter Bianchini e a iniciativa privada, através do Fundepec. “Na minha visão, como homem público, esta é uma forma correta e será uma maneira operacional de se trabalhar. Sou uma pessoa extremamente operacional, pra mim as coisas terão que acontecer de fato, pois quando tomamos a decisão de que a defesa sanitária animal e vegetal, passaria ser a questão nº 1 do ministério e se assim fizemos, é porque assim será considerado por todos”, frisou o ministro. Stephanes disse que na segunda-feira da semana passada (07/05), conversou com o presidente Lula, por aproximadamente três horas, junto com a ministra Dilma Roussef, da Casa Civil, onde também foi tratada a questão sanitária no Brasil.

Paraná – O secretário da Agricultura, Valter Bianchini afirmou que sua expectativa com relação a campanha de vacinação contra febre aftosa em todo o estado, que acontece até o próximo dia 20, faz parte da lição de casa e espera-se imunizar 100% do rebanho bovino e de bubalinos. Com relação a recuperação do status de área livre de febre aftosa, Bianchini disse que até setembro deverão haver novidades. “Necessitamos de uma ação integrada e esse encontro propõe exatamente isso, para que num futuro bem próximo o Paraná volte a ser exemplo no aspecto sanitário. O importante é que o Governo do Estado está dando todo apoio, pois sanidade aqui também é uma prioridade. Sabemos que a pecuária é um setor importante, o Paraná é líder na avicultura, tem uma suinocultura forte, cresce a pecuária de corte, setores esses que geram centenas de empregos e renda. Vamos nos basear no exemplo de Santa Catarina que já alcançou o status de área livre sem vacinação. Lá houve uma forte ação de governo e da iniciativa privada”. O secretário acredita que caso todos os setores envolvidos realizem ações conjuntas e façam sua lição, até o ano de 2010 ou 2012 o Paraná também entrará para o rol de estados livres da aftosa sem vacinação.

Ações – A apresentação das propostas do Fundepec foi feita pelo ex-secretário da Agricultura e atual diretor executivo do fundo, Antônio Leonel Poloni. Inicialmente ele fez uma retrospectiva das ações de combate à aftosa do Paraná, desde o ano de 1998. Ele disse que os erros devem ficar no passado e agora é hora de começar um novo trabalho. “Com a aftosa, todos perdem. Perde o produtor, perde as indústrias, as cooperativas, governo e a sociedade”, destacou. O Fundepec propõe, entre várias outras ações, a criação a realização de cursos de formação sanitária para técnicos e produtores em todo Estado, através de parcerias entre o Senar/PR e Sescoop/PR. Está prevista também a participação de empresas e cooperativas nos Conselhos de Sanidade Agropecuária (CSAs) nos municípios. Poloni fez questão de lembrar que o controle de qualquer doença depende de uma ação integrada entre o governo, sociedade e iniciativa privada. “O que se espera da iniciativa privada – empresas, cooperativas e produtores – é um engajamento positivo e direto em todas as fases do esforço para restabelecer o status de área livre de aftosa e de outras doenças, bem como evitar que o Paraná seja atingido pela gripe aviária também”, ressalta um documento distribuído pelo Fundepec.

Status - Segundo o presidente da Faep e do Fundepec, Ágide Meneghette, o evento possibilita que os representantes da iniciativa privada participem da formulação de uma nova estratégia que garanta ao Paraná o restabelecimento e a manutenção do status sanitário de área livre de febre aftosa, com vacinação. "Nossos esforços também visam combater as diferentes doenças que venham prejudicar a economia paranaense. Nos últimos tempos, o Paraná tem sido prejudicado pela ocorrência de febre aftosa e outras doenças. Além disso, existe a ameaça da gripe aviária. Por isso, mais uma vez, precisamos unir nossos esforços para fortalecer a defesa sanitária animal", disse. A proposta é trabalhar num verdadeiro mutirão, resumiu Meneghette. Ele lembrou ainda que a vacinação é responsabilidade do produtor. A campanha de vacinação vai até o dia 20 de maio.

Mercado - O diretor executivo da Frimesa, Elias Zydek, afirmou que gostaria de participar de um evento desta envergadura para debater um programa de rastreabilidade ou de novos mercados e não para tratar de doenças. “Fico envergonhado em ter que abordar este assunto, mas é necessário, pois a questão sanitária chegou ao fundo do poço no estado e precisamos unir todas as forças para reconquistar o status que o Paraná tinha em sanidade”. Em maio de 2000, o Paraná foi considerado área livre de aftosa com vacinação, pela Organização Internacional de Epizootias (OIE), sediada em Paris. “Não há outra alternativa senão unir o setor público e o privado e buscar soluções, este é o caminho”, defendeu Zydek, lembrando que os mercados estão mais exigentes e é necessário preparo para se enfrentar situações como essa. Também se manifestaram no evento os presidentes das cooperativas, Bom Jesus, Luiz Roberto Baggio, Ricardo Chapla, da Copagril e o vice-presidente da Corol, Antônio Sérgio de Oliveira.

Painel - Ao encerrar o painel de debates com as lideranças presentes, o presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski fez uma avaliação positiva do evento e fez um resumo das principais sugestões apresentadas. Segundo ele, “há necessidade de que esta sistemática de trabalho, onde, representantes do governo (estadual e federal) e da iniciativa privada, sentem para dialogar de forma clara e transparente, para que se aperfeiçoem as ações de combate a toda e qualquer doença, seja de origem animal ou vegetal”. Koslovski destacou que entre as propostas está a realização de um programa de sanidade que no futuro se transforme num programa de segurança alimentar, utilizando como mecanismo o combate às diversas doenças. “Precisamos fazer as coisas acontecerem, com atitudes práticas em todos os níveis decisórios, realizar uma adequação à legislação. Que as entidades busquem atingir com suas ações, todos os produtores, mesmo aqueles que não estão integrados a qualquer forma de organização, seja ela sindical, cooperativa ou empresarial”, disse Koslovski. Ao final do encontro foi lembrado a todos os presentes que reuniões iguais a esta acontecerão em outras oitos regiões do estado.

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