HINI: Campanha de vacinação deve ser a maior do mundo
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Nesta segunda-feira (08/03), o Brasil começa a vacinação contra a gripe A (H1N1), que deve realizar a maior campanha já registrada no mundo, de acordo com o Ministério da Saúde. Durante quase três meses, 91 milhões de brasileiros devem ser vacinados contra a nova gripe, que provocou 1.705 mortes no país, em 2009. a imunização irá ocorrer em etapas e nem toda a população será vacinada gratuitamente pelo poder público. Após discussões, o ministério deu prioridade às "pessoas que têm mais chance de ter doença respiratória grave e morrer". Irão receber a vacina trabalhadores de serviços de saúde, indígenas, gestantes, pessoas com doenças crônicas, crianças de 6 meses a 2 anos e adultos saudáveis de 20 a 39 anos.
Insuficientes - O Paraná recebeu 167 mil doses para vacinar profissionais de saúde e indígenas contra a nova gripe. No entanto, existem de 200 mil a 220 mil profissionais em atividade, segundo estimativa do secretário de estado da Saúde, Gilberto Martin. O secretário afirma que já foram requisitadas ao Ministério da Saúde mais 50 mil doses, que devem chegar nos próximos dias ao estado, e que todos os profissionais de postos de saúde e pronto-socorros serão vacinados. "Recomendo calma. Chegou a primeira remessa e foi distribuída. Vai ter a segunda, a terceira, e a perspectiva é de que iremos vacinar 5 milhões de paranaenses", diz Martin. Segundo o Ministério da Saúde, as vacinas serão entregues em etapas e não faltará vacina para os grupos indicados.
Etapas - Os primeiros a receber a vacina serão os trabalhadores de serviços de saúde que atuam diretamente na resposta à nova gripe e os indígenas que vivem em aldeias. O público-alvo é estimado em 1,9 milhão de trabalhadores de serviços de saúde e 566 mil indígenas e a meta é vacinar pelo menos 80% dessas pessoas, até o dia 19 de março. O calendário foi definido pelo ministério, mas a estratégia de vacinação fica a cargo de cada município.
Paraná - No Paraná, estado com maior taxa de mortalidade pela doença, a expectativa é vacinar 5 milhões de pessoas. O secretário de estado da Saúde, Gilberto Martin, espera que as pessoas compareçam à vacinação, ao contrário do registrado na Europa, onde milhões de doses ficaram encalhadas. O temor do secretário é justamente o oposto: a pressão social na busca por mais vacinas. "Até que as coisas fluam e as regras fiquem mais claras há um período de estresse", afirma. Segundo ele, há preocupação com os boatos que irão circular.
Eficaz - O infectologista Moacir Pires Ramos, membro dos comitês municipal e estadual de enfrentamento da gripe A, diz que o Hemisfério Norte mostrou que a vacina é eficaz. Cerca de 300 milhões de pessoas já foram vacinadas no mundo. "A Espanha vacinou 13 milhões de pessoas e não relatou nenhum caso excepcional. Os americanos vacinaram mais de 60 milhões de pessoas e houve um caso ou outro, mas tudo dentro da reação da vacina", afirma.
Rede privada - As vacinas devem estar disponíveis também na rede privada. Os laboratórios particulares estão aguardando liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para importação da vacina, que deve custar de R$ 50 a R$ 60 ao consumidor. A vacina paga será trivalente, diferente da ofertada pelo Ministério da Saúde, e irá proteger tanto para a gripe A quanto para a gripe comum. O diretor regional sul da Dasa, Milton Zymberg, acredita que deve ter disponível a vacina entre fim de março e início de abril. O laboratório já cadastrou 2 mil pessoas interessadas, bem como empresas que totalizam 15 mil funcionários em Curitiba e região. "É um indicador que está todo mundo ansioso e preocupado em tomar a vacina." (Gazeta do Povo)