INFRA-ESTRUTURA II: Má conservação das estradas eleva em 12% o custo do transporte

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

O custo operacional na região Sul apresentou uma elevação entre 8% e 12%. O cálculo é do vice-presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Paraná, Markenson Marques, que também preside a Cargolift Logística e Transportes. O executivo avalia que, a cada 100 quilômetros rodados, as empresas estão tendo um custo adicional de R$ 30,00. Esse valor corresponde a cada conjunto de cavalo mecânico mais carreta de 3 eixos, com capacidade para 25 toneladas de carga — modelo de caminhão que compõe 70% da frota nacional. “Um conjunto desses roda em média 12 mil quilômetros por mês, o que representa um aumento no custo mensal de R$ 3,6 mil, ou R$ 43 mil por ano”, diz. “Em resumo, representa um aumento no custo operacional do caminhão mais carreta entre 8% e 12%”.  Marques explica que o principal custo adicional está relacionado com o consumo de óleo diesel. Por causa dos buracos, os caminhões não poderem utilizar o piloto automático no trajeto e necessitam    fazer uso frequente dos freios e trocas de marcha. A manutenção corretiva dos pneumáticos e sistemas de suspensão representa outro importante custo extra.

Frota - A frota brasileira operante é composta por 2.069 milhões de veículos entre semi-leves, leves, médios, semi-pesados e pesados, de acordo com os dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). A idade média dos caminhões é de 18,8 anos. Um estudo feito pela Cargolift apontou a velocidade média dos caminhões da frota da empresa, com idade média de três anos, é de 67 km/h. “Já um caminhão com 30 anos, por exemplo, tem uma velocidade média de 50 km/h”, afirma. O executivo defende que a idade máxima para um caminhão seja de 15 anos. Ele lembra que tramita no Congresso um projeto chamado Emplaca Brasil que estimula a renovação e sucateamento da frota antiga dos caminhões. “Além do fato destes carros estarem velhos e atrasarem o trânsito, pois levam até 30% mais tempo para percorrer a mesma distância, oferecem riscos de acidentes nas estradas”, diz.

Mapeamento - Para tentar se antecipar aos problemas, a Cargolift fez um “mapeamento” das principais estradas da região, indicando a localização de oficinas especializadas no conserto de molas e de suspensão das carretas.  A frota da Cargolift é bastante nova — a média de idade dos caminhões não chega a três anos. Mesmo assim, o número de quebras aumentou três vezes nos últimos meses. Este mapeamento, batizado pela empresa de “Plano de Atendimento Socorro Mecânico”, foi feito após a coleta de dados junto aos motoristas. A empresa teve de renegociar  com um grande cliente o acréscimo de uma hora no transporte de materiais (transit time) de São José dos Campos (SP) para Gravataí (RS). Essa uma hora a mais, calcula Markenson, significa o acréscimo mensal de 30 carretas para cumprir esta operação. Segundo o empresário, no total são cerca de 1000 carretas a mais, se considerar o total de horas por mês. (Jornal do Estado)

Conteúdos Relacionados