LEITE: Preço do longa vida dispara e sobe 12,41% no varejo, apura FGV
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O preço do leite tipo longa vida voltou a disparar no varejo, e apresentou o maior patamar de elevação da história do Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S), criado em janeiro de 2003. O preço do produto subiu 12,41% na terceira semana de junho, ante aumento de 11,72% na semana anterior. O economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), André Braz, lembrou que a elevação de 11,71% também já tinha sido o aumento mais intenso da história do índice, para esse produto. A continuidade da alta no preço do leite levou a aumentos de preços expressivos em praticamente toda a cadeia de laticínios - cuja inflação passou de 5,88% para 6,19%. De acordo com ele, dos 16 produtos pesquisados nesse segmento, 12 apresentaram aceleração ou queda mais fraca de preços, entre a segunda e a terceira semana de junho. Braz informou que a situação de alta no preço do leite, e dos laticínios em geral, é mais intensa nas regiões do centro-oeste, sudeste e sul. "São Paulo e Porto Alegre são as capitais que têm registrado as taxas mais elevadas (no preço do leite)", disse Braz.
Entressafra - Ele explicou que o período atual é de entressafra do leite. Isso porque a época de chuvas intensas já passou, o que diminui áreas de pastagem. Ou seja: para o produtor atingir o mesmo nível de produção de leite, precisa complementar a alimentação de seu gado, o que gera alta de custos na elaboração do produto.
Mais caro - Isso leva ao encarecimento do item no mercado interno. Além disso, há o fator externo - o economista lembrou que as produções de leite de Austrália e Nova Zelândia não foram boas esse ano, o que diminuiu a quantidade de leite no mercado internacional, aumentando a cotação do produto no exterior. Isso estimulou as exportações de leite em pó brasileiro - diminuindo ainda mais a quantidade no mercado interno, e elevando os preços do produto. A FGV informou que, entre a segunda e a terceira semana de junho, a taxa de elevação do IPC-S permaneceu a mesma (0,40%). Mas o economista não descartou a possibilidade de o indicador registrar taxa menor, na próxima apuração do índice, que será referente à última semana do mês. (Agência Estado)