LEVANTAMENTO: Paraná exerce papel fundamental na oferta de alimentos para o País

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Nos últimos 20 anos a média de participação do Paraná na produção nacional de grãos foi de 21,52%. Com apenas 2,3% do território nacional o Estado poderá produzir nesta safra 32,19 milhões de toneladas, volume que dá suporte para o aumento da oferta de grãos como soja, milho, feijão, café e também outros produtos como mandioca, que são essenciais na composição da cesta básica de alimentos dos brasileiros. Conforme levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, de 1989 para cá a produção paranaense avançou de uma produção anual de 12,3 milhões de toneladas para 31,2 milhões de toneladas, uma elevação de 52,6%, 10% acima da evolução da produção do País. No Brasil, a produção anual de grãos avançou 58,2 milhões de toneladas para 143,2 milhões de toneladas, um aumento de 46% no período.

Agricultura familiar - O secretário da Agricultura, Valter Bianchini, lembra que a produção paranaense de grãos e alimentos em geral está centrada na Agricultura Familiar, sistema que está presente em quase 90% das propriedades existentes no Estado. Das 360 mil propriedades, 321 mil delas têm menos de 50 hectares. Segundo Bianchini, para se ter uma idéia do impacto da produção de grãos no cotidiano dos paranaenses e brasileiros, os alimentos representam 25% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), índice que mede o custo de vida nas principais capitais do País e suas regiões metropolitanas. Dos 150 produtos acompanhados pelo IPCA, dois terços são produzidos predominantemente pela Agricultura Familiar.

Carnes - O Paraná como principal produtor de grãos do País também se destaca na produção animal como o primeiro produtor de carne de frango, segundo no ranking da produção de leite. Tem participação expressiva no aumento da oferta de carnes suína, bovina e no aumento da produção de olerícolas, contribuindo com a oferta de alimentos para os mercados interno e externo. Embora o IPCA divulgado na quarta-feira (11/06) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) esteja sofrendo pressões nesse momento de alta, esse movimento é atribuído não pela redução da produção paranaense e nacional de grãos. Pelo contrário, ela ocorre porque está havendo uma recomposição da renda para a população mais pobre nos países emergentes, inclusive no Brasil, elevando os níveis de consumo de produtos alimentícios básicos.

Contribuição - De acordo com o secretário Valter Bianchini, nesse momento em que a conjuntura mundial se depara com o aumento do consumo de alimentos, o Paraná e o Brasil estão sendo chamados a contribuir para a diversificação da matriz energética, diante do aumento do custo de produção do petróleo. "O governo do Estado vem atuando em parceria com o governo federal para execução de políticas públicas que vão dar o suporte para ampliação da oferta de alimentos para a mesa dos brasileiros", garantiu.

Milho - No Paraná, o avanço da produção de grãos foi impulsionado pelo aumento expressivo das lavouras de milho e soja. Em 20 anos a pesquisa e a assistência técnica incorporaram tecnologias de produção. Houve um aprimoramento dos produtos e atualmente a maioria das lavouras no Paraná é mais tecnificada. A preocupação do governo do Estado é com a verticalização da produção agrícola, especialmente no que se refere às pequenas propriedades, o que dá ao Estado a responsabilidade muito forte na produção de alimentos do País, disse Bianchini.

Consolidação - Nesses 20 anos, o Paraná consolidou a segunda safra de milho e vem fortalecendo a safra de trigo que está contribuindo para a redução das importações, o que faz o País gastar menos com evasão de divisas. O que se chamava de "safrinha" de milho, agora é denominada segunda safra de milho dentro de calendário agrícola brasileiro dado ao seu crescimento e importância para o mercado e também na mesa dos brasileiros. Este ano, a segunda safra de milho deverá render 6,5 milhões de toneladas de grãos, uma participação de 67% da safra principal de milho no Estado, quando foram colhidas 9,64 milhões de toneladas.

Trigo - Diante dessa realidade, diz Bianchini, é incontestável a contribuição do Paraná com a oferta de alimentos para o País. O trigo, cereal importante na mesa dos brasileiros, considerado de segurança alimentar, deverá ter uma produção de 2,8 milhões de toneladas no Estado, a maior produção do País. Outro cereal de grande importância na alimentação é o milho, que entra na composição de ração e tortas para alimentação animal. Também é empregado largamente pela indústria da alimentação.

Potencial - Mas existe potencial para ampliar ainda mais a produção paranaense, afirmou Bianchini. Segundo o secretário, a Secretaria da Agricultura tem procurado incentivar o plantio de cereais de inverno como aveia, centeio, cevada, triticale, trigo, que são alimentos básicos de consumo na mesa dos brasileiros e paranaenses. Bianchini salientou que ao mesmo tempo em que a Seab está preocupada em estimular o aumento da produção de alimentos, manifesta preocupação com o meio ambiente, numa iniciativa de verticalizar a produção de forma sustentável, com equilíbrio social, econômico e ambiental. (AEN)

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