O bagaço da cana-de-açúcar e o gás terão importância cada vez maior na composição de uma nova matriz de eletricidade no País, prevêem técnicos do governo, que detacam as vantagens ambientais, técnicas e econômicas das duas fontes de energia. A Secretária de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia prevê que a capacidade instalada de geração de eletricidade no Brasil deverá aumentar 21,53% até 2007, chegando a 109,3 mil MW. No período, a energia da biomassa crescerá 56,13% e responderá por uma potência de 3.032 MW. A energia da biomassa passará a ter, na matriz elétrica, participação maior do que a do diesel, óleo combustível, carvão, energia nuclear e eólica, só perdendo para hidrelétricas e térmicas a gás. A energia do gás, por sua vez, saltará 65,03%, para 8.661 MW. Juntos, gás e biomassa substituirão diesel e óleo combustível, cuja potência deverá cair 48,83% até 2007.
O bagaço de cana-de-açúcar - O potencial energético da cana tem a vantagem de ser produzido durante o período seco, preservando os reservatórios das hidrelétricas, avalia Onório Kitayama, consultor da União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica). Outra vantagem da cana está no fato de sua produção se concentrar em São Paulo, o que reduz os investimentos em transporte e transmissão. Além disso, toda a tecnologia para a produção dessa forma de energia é nacional. Hoje, quase dois terços da energia disponível no bagaço e na palha da cana, são desperdiçados. O aproveitamento racional da energia permitiria às usinas do País gerarem 15,5 mil MW. Só que hoje o mercado não está regulamentado e o empresário fica temeroso em investir. (Fonte: Gazeta Mercantil)