MERCADO: Preço de commodities continuará elevado
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Os preços dos alimentos, do petróleo e de outros produtos básicos devem cair em 2008 e 2009, refletindo o enfraquecimento da economia mundial, mas a redução será provavelmente pequena, segundo projeção do Fundo Monetário Internacional (FMI). As cotações das commodities subiram 44% entre fevereiro de 2007 e fevereiro deste ano, segundo o Fundo. Os preços de vários produtos, como petróleo, soja, trigo, milho, níquel e zinco, atingiram níveis sem precedentes em dólares. Até agora, observam os autores do estudo, não houve grandes sinais de interrupção do movimento de alta.
Cotações acima da média - Mesmo com alguma queda, as cotações deverão continuar acima da média dos últimos anos, porque a relação entre oferta e demanda continuará apertada, segundo o FMI. Será o caso dos grãos e dos óleos comestíveis. A procura por alimentos continuará a crescer nas grandes economias emergentes, como China e Índia. A produção de etanol de milho nos EUA continuará a competir com a de alimentos.
Outros fatores - Os preços poderão ainda ser impulsionados por fatores como redução dos juros de curto prazo, crise financeira, depreciação do dólar e barreiras à exportação, adotadas por alguns governos para garantir a oferta ao mercado interno e arrecadar mais impostos. Com a crise financeira, investidores passaram a desviar aplicações para o mercado de commodities, em busca de segurança, e isso fortaleceu os preços. Além disso, juros em baixa são geralmente acompanhados de aumento de cotações de ativos reais, como os produtos básicos.
Depreciação do dólar - Parte da valorização das commodities reflete a depreciação do dólar. Descontado esse fator, vários preços permanecem, em termos reais, abaixo dos picos dos anos 70 e do começo dos 80, segundo o Panorama Econômico Mundial do FMI. As principais exceções são petróleo, chumbo e níquel. Economistas do Fundo tentaram estimar o efeito da flutuação do dólar nas cotações das commodities. A conclusão foi que o efeito varia de produto para produto e é mais significativo nos casos do ouro e do petróleo. Commodities agrícolas são menos afetadas. A oscilação da moeda americana foi apenas uma das causas da valorização das commodities. A maior parte do aumento dos preços é atribuída a outros fatores: seca em alguns países (como a Austrália), produção crescente de etanol nos Estados Unidos, rápida expansão do consumo nas economias emergentes, aumento da demanda de insumos industriais e crescimento econômico muito dependente de recursos naturais, nesses países. (Estadão)