MILHO: Demora na liberação de leilões preocupa cooperativas do PR
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A demora do governo federal na liberação de recursos para a realização de leilões destinados ao escoamento da safra de milho está causando grande preocupação no setor cooperativista paranaense. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) dispõe de R$ 5,1 bilhões no orçamento para viabilizar os principais instrumentos da política agrícola. "O governo precisa liberar essa verba urgentemente. Para tanto, é necessária a edição, o mais rápido possível, da portaria interministerial que possibilitará à Conab a operacionalização dos leilões", ressaltou o presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski. Ele lembra que as cooperativas vêm reivindicando, juntamente com outras entidades do setor produtivo, a realização de leilões na modalidade PEP (Prêmio para Escoamento da Produção) para apoiar a venda de 1,5 milhões a 2 milhões de toneladas de milho paranaense.
Desequilíbrio - Na safra 2008/09, a produção brasileira de milho atingiu mais de 50 milhões de toneladas. O governo federal apoiou a comercialização de 10,8 milhões de toneladas - o que corresponde a 21% desse volume - por meio de leilões de PEP, AGF (Aquisições do Governo Federal), Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor) e Contrato de Opções. Desse total apenas 5%, ou seja, 502 mil toneladas de milho do Paraná. Já na safra 2009/10, foram realizadas apenas algumas operações de PEP e AGF, para escoamento de milho da Bahia e do Paraná, respectivamente. "Isso caracteriza um grande desequilíbrio na aplicação das políticas de apoio do governo federal, já que o Paraná, mesmo sendo um grande produtor do cereal, está sendo contemplado com um volume muito pequeno de recursos quando comparado com o total já liberado", afirma o presidente da Ocepar. As dificuldades de comercialização provocaram uma redução de 10% na área de milho safrinha no Paraná para a safra 2010.
Preço mínimo - O sistema cooperativista paranaense também está defendendo a garantia do preço mínimo para o milho. "Embora o valor estabelecido pelo governo seja de R$ 17,46 a saca de 60 quilos, os agricultores paranaenses estão recebendo entre R$ 13,80 a R$ 14,00 a saca. Ou seja, eles já estão sofrendo prejuízo. Por isso, esperamos que o governo garanta o preço mínimo do milho para que os nossos produtores não sejam ainda mais prejudicados", completou Koslovski.