Ministro confirma Ricken no DENACOOP
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Governo Lula - Ao solicitar a colaboração de todos, Rodrigues disse que as pessoas precisam entender que mudou o governo e também a sua forma de atuar. Em reunião com lideranças cooperativistas, o ministro afirmou que para o presidente Lula, o cooperativismo é imprescindível para o desenvolvimento do País.
Moderfrota - Roberto Rodrigues aproveitou para anunciar que o Banco do Brasil já havia recebido mais de R$ 100 milhões em propostas para aquisição de máquinas e equipamentos durante o Show Rural, o que demonstra toda a força da agricultura paranaense. Roberto Rodrigues também disse que está sendo estudado mudanças no Moderfrota e que nos próximos dias deverão ser conhecidas. Ele lamentou o fato deste importante projeto estar temporariamente suspenso e antecipou que entre as principais mudanças estão redução do prazo máximo o que demanda muitos recursos e uma "sensível" modificação na taxa de juros e redução no limite para que os pequenos produtores também possam ter acesso ao programa.
Transgênicos - Sobre a questão dos transgênicos, o ministro afirmou que o assunto vem preocupando o governo, tanto é verdade de que foi constituído esta semana um grupo de trabalho composto pelos ministros da Casa Civil, da Agricultura, Ciência e Tecnologia, Meio Ambiente, Desenvolvimento e Indústria e Comércio, Segurança Alimentar, Desenvolvimento Agrário e Justiça. Segundo Roberto Rodrigues, estima-se que a produção de soja transgênica no Rio Grande do Sul poderá chegar há mais de 50% da safra naquele estado, ou seja, 5 a 6 milhões de toneladas de soja no país o que representa U$$ 2 bilhões. O grupo de ministros, segundo Rodrigues, terá a missão específica de responder alguns questionamentos importantes: 1. O que será feita desta safra transgênica que será colhida? 2. Qual será a posição do Brasil sobre a próxima safra? 3. Acompanhar a ação que tramita no Tribunal de Justiça de Brasília; 4. Posição de cada órgão a respeito sobre transgênicos; 5. Manter um entendimento com os parlamentares sobre o assunto. "Precisamos tomar providências rápidas. O que não podemos é aceitar pressões de multinacionais ou de ONG's de fora sobre este tema. Precisamos ver o que é melhor para o Brasil e para a agricultura brasileira", afirmou Rodrigues. Ele informou que Biramar Nunes, funcionário do Banco do Brasil, também irá assessora-lo no Ministério da Agricultura.
Sugestões do cooperativismo - Durante reunião no Show Rural, o presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski, apresentou ao ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, um documento com as principais reivindicações do sistema cooperativista paranaense. O documento trata das medidas emergenciais a serem adotadas já para esta safra e sugestões de política para médio e longo prazo. A primeira medida sugere a adoção do estudo do zoneamento do milho safrinha do Iapar, em caráter emergencial, permitindo que as lavouras plantadas nessa safra tenham garantia do Proagro. Sugere ainda a ampliação da recém criada Linha Especial de Crédito à Comercialização (LEC), atrelado ao preço de mercado. As outras medidas emergenciais sugeridas são as seguintes:
Safra de inverno - Divulgação urgente das normas de crédito, montante de recursos a serem disponibilizados para custeio, instrumentos de apoio a comercialização e preços mínimos para as culturas do trigo, cevada, triticale e aveia.
Prodecoop - Gestões junto ao BNDES para agilização das análises dos projetos das cooperativas, pois os recursos devem ser contratados até 30 de junho deste ano.
Moderfrota - Destinação de novos recursos para o Moderfrota, ainda para este semestre, a fim de se dar continuidade à modernização do parque de máquinas agrícolas, principalmente nesse período que o produtor vem se capitalizando e investindo em novas tecnologias para aumentar a produtividade.
Soja transgênica - Definição urgente da posição para o próximo plantio, há dois problemas: a comercialização da soja plantada no Rio Grande do Sul; a definição para a próxima safra de soja, uma vez que a semente colhida agora é que irá ser plantada. Com relação a certificação de origem da soja, de acordo com a Portaria 79, de 19/12/02, que está em consulta pública até final de março, é necessário adequá-la à política geral que venha a ser a adotada para a soja transgênica pelo Governo, a fim de não se penalizar o produtor rural. Entendemos que é importante que se implante de imediato um programa de rastreabilidade que permita a segregação da soja convencional, permitindo que a soja brasileira continue com bom conceito internacional. Algumas cooperativas do Paraná já implantaram esse sistema e poderão contribuir para estruturação do sistema.
Planejamento estratégico - A Ocepar também sugere ao ministro que faça um planejamento estratégico para o agronegócio, definindo diretrizes, metas e políticas de apoio para os próximos quatro anos. Esse planejamento deve, defende a Ocepar, ser montado com a colaboração de profissionais externos ao Mapa, com experiência no agronegócio. "O plano estratégico da agricultura precisa estar inserido no contexto geral da política econômica e social do País, objetivando garantir a sustentabilidade da atividade rural, o abastecimento da população e a geração de excedentes exportáveis, definindo claramente o papel dos agentes envolvidos", afirma o documento.
Metas para 2006 - O documento também fixa algumas metas a serem alcançadas em 2006, como a produção de 140 milhões de toneladas de grãos, um superávit na balança comercial do agronegócio de US$ 30 bilhões e exportações de 6 milhões de toneladas de carnes.
Política Comercial - Para alcançar as metas propostas, o governo deve adotar uma política de comércio adequada. O Ministério da Agricultura deve dar continuidade na especialização de seus técnicos, capacitando-os para as grandes discussões internacionais no âmbito da OMC, Alca, Mercosul e EU. Internamente, deve garantir preços de comercialização para os produtos básicos. Para os demais produtos, deve aperfeiçoar os mecanismos de contratos de opção, CPR física e financeira e uma maior participação das bolsas de mercadorias na comercialização. A garantia de renda mínima aos produtores de subsistência merece estudos mais aprofundados. É importante, segundo o documento entregue ao ministro Roberto Rodrigues, reformular o modelo de informações sobre as estatísticas do agronegócio, pois estas têm influência direta na formação do preços dos produtos agrícolas e são parâmetros para a formulação de políticas públicas para o agronegócio.
Política de produção - O documento considera essencial a presença do governo nas áreas de pesquisa e difusão de tecnologia vegetal e animal, o que demanda a dotações de recursos para isso. Também chama atenção para a interação do ministério com os organismos de capacitação técnica (Senar e Sescoop). A implantação de um seguro rural efetivo e o aperfeiçoamento dos programas de controle sanitário animal e vegetal, além da manutenção dos atuais programas de modernização agropecuária (Prosolo, Proleite e outros) são exigências para o desenvolvimento do agronegócio.
Agroquímicos e meio ambiente - A Ocepar também se posicionou sobre os insumos agrícolas e sobre as "severas exigências para o registro de produtos e a proibição de importação de produtos similares, mesmo com registro em seus países de origem". Essas dificuldades estariam induzindo ao contrabando de produtos e ao uso incorreto de alguns, por falta de registro do produto para determinada cultura. Com respeito à política de meio ambiente, o documente defende a implantação do zoneamento ecológico Econômico, conforme determina o Decreto 4.297/02, e a agilização da discussão da medida provisória 2.166/66, que altera o Código Florestal, reduzindo-se as limitações impostas pela referida medida provisória, a qual elevou o percentual de reserva legal para 50% na região Centro-Oeste, mais as reservas permanentes. O documento se posiciona ainda sobre a política de infra-estrutura, de crédito, reformas trabalhista e previdenciária e agroindustrialização. Reivindica repasse dos recursos do FAT (Fundo de Amparo do Trabalhador) às cooperativas de crédito.