NEGÓCIOS: Acordo ente Colômbia e Venezuela põe pressão em exportadores do BR

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Exportadores brasileiros devem voltar a enfrentar a concorrência da Colômbia no mercado da Venezuela assim que os países andinos retomarem seu fluxo comercial, após reatarem relações diplomáticas nesta quarta-feira (10/08). Os presidentes Hugo Chávez e Juan Manuel Santos reuniram-se ontem para discutir a normalização dos laços comerciais e diplomáticos. O encontro avançou pela noite.

Preocupação - Mas, para as empresas com negócios na Venezuela, a concorrência colombiana preocupa, mas menos do que a desaceleração do próprio mercado venezuelano. As importações totais da Venezuela caíram entre janeiro e março 41,1% na comparação com o mesmo período de 2009, segundo dados do Instituto Nacional de Estatísticas (INE) da Venezuela.

Vendas brasileiras - As vendas brasileiras este ano estão também longe da marca recorde de 2008. Naquele ano, as exportações para a Venezuela passaram dos US$ 5 bilhões. Em 2010, pelo ritmo registrado até junho, pode ficar em torno de US$ 3,5 bilhões.

Recessão - A economia venezuelana deve encolher este ano 3% - seria a única da América do Sul a ter recessão no ano. O país sofreu um baque em suas receitas com a queda acentuada do preço do petróleo desde 2008, quando o barril chegou aos US$ 140. O preço se recuperou um pouco, mas ainda é pouco mais que a metade do pico registrado dois anos atrás. Isso reduziu a demanda interna na Venezuela.

Mercado - Empresários brasileiros conseguiram ganhar algum mercado na Venezuela após o presidente Hugo Chávez ter determinado, em julho de 2009, um virtual congelamento nas importações de produtos da Colômbia. A Venezuela vinha sendo até então um dos principais mercados para a Colômbia. A interrupção das compras foi uma reação de Chávez a um acordo firmado pelo então presidente colombiano, Álvaro Uribe, com os EUA que prevê um aumento nas tropas americanas em bases militares em solo colombiano.

Substituição - Segundo Fernando Portela, da Câmara de Comércio Brasil-Venezuela, o Brasil substituiu em parte as vendas de açúcar, café e boi vivo que a Colômbia vinha fazendo para a Venezuela. Empresas da Argentina, Uruguai, Equador e Nicarágua, entre outros países da região também ampliaram sua participação no mercado do país. Os ganhos do Brasil e dos demais por causa da disputa diplomática, no entanto, ficaram aquém das perdas pela recessão na Venezuela.

Logística - Em termos de logística, a Colômbia é um parceiro muito mais favorável à Venezuela que a maioria dos outros "novos" fornecedores. Uma operação de importação da Colômbia de alguns itens, por estrada, levava em alguns casos apenas 24 horas. As vendas do Brasil, por navio, chegam a levar 20 dias, diz Portela. (Valor Econômico)

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