O ESTADO DO PARANÁ: Ministro anuncia mais recursos para o campo

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O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, anunciou nesta sexta-feira  (16/01), em Curitiba, uma série de medidas para amenizar os efeitos da crise e da quebra de quase 29,6% da safra no Paraná, causada pela estiagem que atingiu o Estado nas últimas semanas. Entre elas, o governo deve disponibilizar um montante de R$ 2 bilhões, através de cooperativas, e que devem ir para as mãos dos produtores como capital de giro. O anúncio foi feito durante uma reunião com representantes de produtores agrícolas paranaenses, na sede do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar). Os cooperativistas entregaram ao ministro um caderno de propostas de apoio ao setor produtivo, com oito solicitações.

Medidas - Para tentar reaver os prejuízos decorrentes da quebra na safra, Stephanes reafirmou que o governo deverá liberar o pagamento de seguro aos produtores, além do refinanciamento de dívidas para quem vai ter prejuízo. "Devemos ter entre 12 a 14 mil pedidos de seguro. A idéia é agilizar as vistorias para a liberação dos recursos. Além disso serão disponibilizados novos financiamentos para um novo plantio", comentou o ministro.

Margem de segurança - Quanto à instabilidade do mercado externo, que chegou a ameaçar o mercado de soja e milho, Stephanes acredita que a capitalização das cooperativas pode dar uma margem de segurança para o produtor. "As cooperativas pediram capital de giro e acho que isso deve ser feito. O ideal é que isso seja liberado no máximo em 30 dias". O ministro ressaltou que o importante é que a liberação do crédito flua com mais rapidez, para que os produtores possam dar início ao plantio da próxima safrinha. "Com a safrinha dá para recuperar alguma coisa do que será perdido por causa da seca", diz.

Reação - Stephanes comentou que hoje a situação é melhor do que o que se previa há 60 dias. "A crise está numa condição boa. O mundo vai precisar continuar comendo. O mercado reagiu, a soja se manteve firme lá fora e o milho também se recuperou." De acordo com o ministro, os preços dos grãos cotados no mercado externo vêm reagindo. É o que acontece com o trigo, cujo preço, segundo ele, deve subir, fazendo com que o plantio fique mais atrativo para o produtor. "Como a Argentina produziu pouco, é natural que a demanda force o preço do trigo para cima", diz. O ministro analisa a crise como um fator mais delicado, se comparado aos problemas que a estiagem causa no campo.

Demora - O presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski, afirmou que as medidas vêm em boa hora, e que podem ser fundamentais, principalmente, para o pequeno produtor. Para Koslovski, no entanto, o problema é que o valor anunciado demora para chegar na mão do produtor. "Os bancos estão sendo muito seletivos e, por conta das restrições, os recursos acabam não chegando ao produtor. O importante é que o produtor tenha sustentação para o plantio", afirma.

Prodecoop - Entre as medidas propostas ao ministro, os produtores pedem que o Banco Nacional de Desenvolvimento publique a carta circular com as normas operacionais, que permitem a ampliação do limite de financiamento no âmbito do Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária - (Prodecoop). De acordo com a Ocepar, o limite de financiamento passou de R$ 35 milhões para R$ 50 milhões, que poderiam ser usados para capitalizar as cooperativas.

Compromisso - Para Stephanes, o governo deve consolidar a liberação dos recursos. "As cooperativas são o melhor instrumento que o governo tem para capitalizar os produtores, já que as tradings se retiraram do campo em função da crise. É importante dar o crédito para que o produtor volte a comprar e produzir." (O Estado do Paraná)

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