OPINIÃO: O engenheiro agrônomo e sua importância para o Brasil
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Por Osvaldo Danhoni (*)
O dia do Engenheiro Agrônomo é comemorado todo dia 12 de outubro, data da publicação do Decreto 23.196, de 1933, que regulamentou a profissão.
A Associação Maringaense dos Engenheiros Agrônomos saúda todos os profissionais da agronomia brasileira, e em especial aqueles que fazem parte da AMEA, estendendo a confiança na construção de um Brasil rural melhor, com a decisiva contribuição de cada um que abraçou esta importante área de conhecimento para o desenvolvimento sustentável.
Sem dúvida, a classe tem muito a comemorar neste momento, principalmente em razão da importância do profissional da Agronomia no crescimento do agronegócio paranaense e do País.
Em 2006, o Brasil registrou um superávit de 46,1 bilhões de dólares na sua balança comercial, no qual somente o agronegócio foi responsável por 42,6 bilhões de dólares (92,41% do total), mesmo enfrentando a concorrência desleal de muitos outros países em razão dos subsídios oferecidos, sem contar ainda a nossa elevada carga fiscal e tributária.
O Brasil se destaca cada vez mais como uma superpotência desse setor, sendo o maior produtor mundial de açúcar, café e suco de laranja, o segundo em produção de carne, etanol, soja e frango e outros, com participação expressiva, ainda, em inúmeros produtos, sendo um grande fornecedor para o mundo.
Mesmo detendo apenas 2,3% do território brasileiro, o Paraná responde por 25% da produção nacional de grãos, com uma estrutura fundiária formada basicamente de pequenos produtores: 86% das propriedades têm até 50 hectares, o que reforça ainda mais a necessidade do profissional da Agronomia na extensão rural.
Durante a década de 70, a produtividade da soja situava-se na média de 33 sacas por hectare, contra as mais de 55 em 2007, o que não se deu por acaso: o engenheiro agrônomo teve uma participação decisiva para que esse salto fosse possível, estando ele na pesquisa, na extensão rural, nas universidades, no planejamento, nas cooperativas ou nas empresas particulares.
As instituições de pesquisa, como o IAPAR, no Paraná, ou a Embrapa, em todo o território nacional, são orgulho para a classe. Nas últimas décadas foram desenvolvidas tecnologias avançadas e muitas variedades de soja, trigo, milho, café, laranja e outras, o que permitiu incrementar a produtividade no campo, com grande retorno para a sociedade. Em razão disso, é necessário aumentar os investimentos em pesquisa para que seja possível enfrentar a concorrência mundial.
Ainda há alguns obstáculos a serem vencidos para reduzir os custos e continuar a crescer. Entre eles, a regulamentação e a agilização dos processos de biotecnologia, crédito rural com suficiência de recursos, seguro rural, uma carga fiscal mais suportável e também uma infra-estrutura que permita ao País crescer.
O engenheiro agrônomo precisa, também, ser ouvido na formulação das políticas públicas e legislações. Para isso, é imprescindível que a classe, pela sua grande relevância, se fortaleça cada vez mais em suas entidades representativas.
(*) Presidente da Associação Maringaense dos Engenheiros Agrônomos
Site da Associação dos Engenheiros Agrônomos de Maringá: www.amea.org.br