OPINIÃO: Treinamento: um bom exemplo

  • Artigos em destaque na home: Nenhum
(*) Henrique Lage

Os leitores do nosso Risco & Solução sabem da importância que damos ao treinamento. Nas várias matérias sobre "Gerenciamento de Risco" temos procurado mostrar que gerenciar riscos é essencialmente uma questão de atitude, ou seja: "o risco em si não é o mais importante, realmente importante é a atitude para com o risco".

Esta atitude ou comportamento voltado para a prevenção de acidentes deve ser buscado como uma questão cultural da organização e, para isto, a palavra-chave é treinamento, treinamento, treinamento.

Também já falamos que organizações ambientalmente saudáveis têm indicadores marcantes, e seguramente, um destes indicadores é como esta empresa trata a questão de treinamento. Pois bem, considerando toda esta importância de treinamento, gostaríamos de nesta edição do Risco & Solução apresentar o exemplo da Ocepar.

A Ocepar é uma entidade que reúne cooperativas no Estado do Paraná e, no ano passado, estivemos envolvido em um treinamento com ela. Fiquei muito bem impressionado com o bom exemplo da Ocepar e gostaria de compartilhar esta experiência com vocês e, para tanto, a seguir, apresento uma matéria escrita pelo engenheiro Gustavo Fischer Sbrissia, pertencente à gerência Técnica e Econômica da Ocepar.

Tendo em vista as dificuldades de atendimento à Legislação Ambiental e a falta de linhas definidas de trabalho e capacitação dos técnicos da área ambiental das cooperativas paranaenses, a Ocepar - Sindicato e Organização das Cooperativas Paranaenses criou um fórum permanente de debate sobre meio ambiente.

O Fórum do Meio Ambiente foi criado há pouco mais de dois anos, visando a discussão das questões ambientais e a capacitação dos membros. Atualmente, a maioria das novas regulamentações para o setor ambiental das cooperativas é discutida previamente pelo Fórum. As cooperativas paranaenses saíram de uma posição de inércia para a pró-atividade nas questões ambientais. Antes da criação do Fórum, o setor precisava correr atrás do prejuízo, hoje colabora na elaboração das normas e trabalha em conjunto com os órgãos ambientais e o poder legislativo, sempre com o preceito da viabilidade econômica para adequação e atendimento.

Para o coordenador do Fórum, o engenheiro agrônomo Gustavo Sbrissia, da Gerência Técnica e Econômica da Ocepar, durante décadas acumulamos um passivo ambiental muito grande, inclusive com muitas ações apoiadas por órgãos estaduais e federais e que hoje são enquadradas como crimes, o que vem exigindo uma reestruturação e adequações muito grandes no setor ambiental.

O Fórum tem contato direto com instituições ambientais, empresas de consultora, universidades e institutos de pesquisa e contribui com alterações de legislações junto ao poder legislativo. O programa de treinamento e capacitação dos membros só está sendo possível devido ao apoio do Sescoop-PR - Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo. Somente no ano de 2006 foram investidos cerca de R$ 80 mil em palestras e treinamentos na área ambiental, com cargas horárias variando de 8 a 32 horas por evento.

O grande diferencial é que a demanda dos  cursos e a necessidade do treinamento partem das cooperativas, que sugerem os cursos e, muitas vezes, até o instrutor. Então, a Ocepar e o Sescoop tentam viabilizar o treinamento solicitado pelas afiliadas. No ano de 2006, os treinamentos realizados na área ambiental, apoiados pelo Sescoop-PR, foram Meios Processuais de Defesa do Meio Ambiente, Licenciamento Ambiental, Gestão Ambiental, Auditoria Ambiental e Gerenciamento de Riscos Ambientais.

Os treinamentos e encontros têm unificado as ações e o discurso ambiental das cooperativas, a grande maioria está estruturando a área de meio ambiente. A Ocepar foi pioneira na criação do Fórum, as cooperativas necessitam de um meio ambiente equilibrado e sustentável. No entanto, a adequação ambiental das agroindústrias, entrepostos de grãos e propriedades rurais exige tempo e estudos mais aprofundados da viabilidade econômica de muitas adequações.

 

Precisamos trabalhar em conjunto com os órgãos ambientais na busca de viabilidade e prazos para adequação e atendimento da complexa legislação ambiental.

(*) Diretor da ALS Engenharia Ambiental e de Risco

Artigo publicado na revista Meio Ambiente Industrial - Edição Março/Abril 2007

Conteúdos Relacionados