PIB: Economia cresce 0,8% no primeiro trimestre
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A economia brasileira apresentou uma expansão de 0,8% no primeiro trimestre deste ano em relação aos três últimos meses de 2006, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já em relação ao primeiro trimestre do ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro apresentou crescimento de 4,3%. Em valores, totalizou R$ 596,2 bilhões. O crescimento ficou dentro da estimativa de analistas consultados pela Folha Online, que previam alta entre 0,6% e 1,0% na base de comparação com os últimos três meses de 2006. Já em relação ao primeiro trimestre do ano passado, a taxa também ficou em linha com expectativas, que variavam de 2,9% a 4,8%. O IBGE também informou que fez revisões na série com ajuste sazonal, ou seja, na comparação que toma como base um trimestre e o trimestre imediatamente anterior. Assim, o quarto trimestre de 2006 passou de um crescimento de 0,9% para 1,1%, o terceiro trimestre de 2006 foi de 2,6% para 2,7%; o segundo trimestre do ano passado passou de -0,5% para -0,4%, e o primeiro trimestre de 2006 passou de 1,6% para 1,3%.
Projeção - Segundo o boletim Focus, elaborado pelo Banco Central com base em consultas a mais de cem analistas de mercado, o crescimento da economia neste ano deve alcançar 4,2%. Já o governo promete uma alta de 4,5%. O ministro Guido Mantega (Fazenda) já afirmou que o Brasil fechará o ano de 2007 com o sétimo PIB (Produto Interno Bruto) no ranking mundial.
Setores - Pela ótica da oferta, o maior destaque coube ao setor de serviços. O segmento apresentou expansão de 1,7% em relação ao quarto trimestre de 2006. Já indústria apresentou ligeira alta, com crescimento de 0,3%, enquanto agropecuária recuou 2,4%. Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, Serviços subiu 4,6%, Indústria aumentou 3% e Agropecuária cresceu 2,1%. Os Serviços ganharam espaço com a revisão das contas nacionais e detêm o maior peso entre os setores. O crescimento dele tem se sustentado pelo aumento da massa salarial e do emprego.
Consumo e investimento - Já pelo lado da demanda, o consumo das famílias e a Formação Bruta de Capital Fixo, que sinaliza os investimentos, apresentam expansões de 0,9% e 2,1% no período comparado ao três meses imediatamente anteriores. Em relação ao primeiro trimestre de 2006, o consumo cresceu 6%, a 14ª alta consecutiva. Já a Formação Bruta de Capital Fixo cresceu 7,2%, sustentada pelo aumento da produção e da importação de máquinas e equipamentos. A taxa de investimento ficou em 17,2% no primeiro trimestre, mesma taxa do primeiro trimestre de 2006 --trata-se da maior desde o primeiro trimestre de 2001 (18,2%). Já a taxa de poupança ficou em 17,4%, que significa o maior patamar desde o primeiro trimestre desde 2004 (18,3%).
Cenário externo - Para Bráulio Borges, da LCA, a evolução do PIB no trimestre só não foi maior porque o setor externo "roubou" um pouco do crescimento graças a apreciação maior do real. "O câmbio tem aspectos positivos e negativos. O dólar baixo estimula o consumo das famílias, com a entrada de importados mais baratos e os empresários podem importar bens também mais baratos. Na indústria ele tem um impacto limitador", afirmou. Pelo lado da demanda externa, as exportações apresentaram crescimento de 1,2%, enquanto as importações cresceram a um ritmo mais forte, em 4,1%. Em relação ao primeiro trimestre de 2006, registrou-se alta de 5,9% nas exportações e 19,9% nas importações.
Reformas - Segundo Sandra Utsumi, economista-chefe do Banco Espírito Santo, embora o ambiente macroeconômico já favoreça a decisão do empresariado de investir, o governo precisa implementar as reformas tributária, previdenciária, administrativa se quiser prolongar o ciclo de crescimento. "Tudo depende de quanto a sociedade quer crescer: se quiser 3% ou 4%, pode continuar. Se quiser alavancar a economia e prolongar o crescimento é inevitável haver condições estruturais para reduzir gargalos", disse. (Folhaonline)