POLÍTICA INTERNACIONAL: Bush preside conferência com ONGs e setor privado sobre as Américas
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O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, preside nesta segunda-feira (09/07) a "Conferência sobre as Américas", na qual 250 ONGs (Organizações Não-Governamentais), representantes do setor privado e fundações apresentarão o compromisso comum nos EUA e na América Latina. O secretário assistente de Estado para a América Latina, Tom Shannon, disse que a conferência será inaugurada pela subsecretária para diplomacia pública e assuntos externos, Karen Hughes, que depois cederá espaço para Bush. Com o tema "O Avanço na Justiça Social nas Américas", cerca de 150 dos 250 presentes serão organizações com base na América Latina, enquanto as demais têm sede nos EUA. A Casa Branca e o Departamento de Estado não quiseram detalhar o nome das organizações que participarão da conferência, que será encerrada pela secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice.
Oportunidades de expansão - Uma reunião entre Bush e alguns dos presentes sobre a atual situação na América Latina marcará o início da reunião, e depois haverá outro encontro no qual o secretário do Tesouro, Henry Paulson, falará sobre as oportunidades de expansão econômica na região. A idéia da conferência partiu do próprio Bush, que em um discurso sobre a América Latina, em março, disse que os "laços mais importantes entre o norte e o sul da América não são entre governos, mas entre as pessoas". "Esses laços crescem graças a nossas igrejas e instituições baseadas na fé. Elas entendem que a chamada a amar ao próximo como a nós mesmos não se detém nas fronteiras", disse então o presidente americano. Shannon disse que justamente esse crescimento de laços entre as pessoas dos EUA e da América Latina é o que o encontro de amanhã pretende fomentar. Os convites aos participantes, procedentes de todos os países da América Latina -com exceção de Cuba-, foram enviados pelo governo americano, disse Shannon.
Proposta - Na sexta-feira (6), o secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson, anunciou uma proposta para elevar investimentos em projetos de infra-estrutura na América Latina. Segundo comunicado do Departamento do Tesouro, o governo americano fará uma parceria com a IFC (International Finance Corporation, braço privado do Banco Mundial) para criar um programa de captação de recursos privados para os investimentos. O projeto inicial, de US$ 17,5 milhões irá incluir uma contribuição de US$ 4,6 milhões dos EUA e uma de US$ 1,9 milhão do Brasil. O objetivo do programa é lidar com três das principais carência regionais em termos de infra-estrutura: falta de informação confiável e objetiva sobre bons projetos e investidores em potencial; falta de know-how para estruturar projetos; e problemas com os marcos regulatórios na região.
Redução da pobreza - "O interesse dos EUA nas Américas [Central e do Sul] é forte. Estamos comprometidos em ajudar a região a reduzir a pobreza, a combater a corrupção, a construir uma classe média e a criar mais oportunidades, incluindo para aqueles que atualmente se sentem excluídos da prosperidade crescente da região", disse Paulson, segundo o comunicado. Segundo Paulson, a região sofre "uma séria restrição" ao desenvolvimento com a falta de infra-estrutura. "A América Latina, por exemplo, gasta atualmente menos de 2% do PIB [Produto Interno Bruto] em infra-estrutura por ano. Falta de investimentos em energia elétrica, transporte e água potável afeta os cidadãos e os empreendedores da região." (Folhaonline, com informações da Efe)