Programa Fome Zero: Cooperativas iniciam distribuição de comida
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Outros ramos - Pelas informações obtidas com exclusividade pelo Correio Braziliense a ação dessas organizações não ficará restrita à simples doação de alimentos. ''Vamos trabalhar nos 13 ramos de atividades econômicas que atuamos. Há 8 mil cooperativas no país'', disse o presidente da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), Márcio Lopes de Freitas.
Transporte - Aquelas organizações que operam com transportes, segundo Freitas, já se comprometeram a cuidar da logística da distribuição. As cooperativas educacionais ficarão responsáveis por promover programas de capacitação profissional e tecnológica nas comunidades assistidas. As do setor de Saúde darão assistência médico-hospitalar aos beneficiados pelas doações. As cooperativas de crédito, por sua vez, desenvolverão projetos de financiamento para pequenos negócios a fim de estimular a geração de renda nas regiões atendidas.
O batalhão do ministro - O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, pretende convocar o Batalhão do Campo, do Cooperativismo e do Agronegócio (o que ele chama de BCCA) para assumir papel central no combate à fome. Esse ''batalhão'' é da pesada. Responde, atualmente, por 25% do Produto Interno Bruto (PIB), por 37% de todos os empregos do país (formais e informais) e por 41% das exportações brasileiras. Por isso, Rodrigues quer todas as entidades ligadas ao agronegócio no Fome Zero. O argumento do ministro é o de que, ao se resgatar cidadãos que hoje estão à margem do consumo, poderá se ampliar a venda de máquinas e implementos agrícolas, além da produção de adubos e de defensivos químicos, sem falar na venda de sementes.
Participação voluntária - O ministro não
quer, porém, ditar como se dará o engajamento do setor. No encontro
que terá hoje com o presidente da Organização das Cooperativas
do Brasil (OCB), Márcio de Freitas, ele receberá sugestões
das cooperativas. Rodrigues e Freitas admitem que não é a primeira
vez que o país assiste a promessas de erradicação da miséria.
Segundo o ministro, entretanto, o Brasil está diante de uma oportunidade
única de transformar a retórica dos discursos em realidade. ''Lados
que até ontem eram antagônicos (referência ao PT e aos ruralistas)
estão agora posicionados do mesmo lado na viabilização
de um pacto social que junte trabalho e capital num esforço conjunto
para desamarrar os nós do subdesenvolvimento'', disse. Em seguida, citou
uma frase do médico e cientista social Josué de Castro: ''Dois
terços da humanidade não dormem porque têm fome e um terço
não dorme porque tem medo dos dois terços que não comem''.
(Fonte: Correio Braziliense)