Protocolo de Cartagena divide governo
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As discussões sobre as regras do Protocolo de Biossegurança de Cartagena, que começam na próxima semana em Montreal (Canadá), opõem, em Brasília, duas linhas. De um lado jogam os ministérios da Agricultura, do Desenvolvimento e da Ciência e Tecnologia. De outro, Saúde e Meio Ambiente. O protocolo, adotado pelas partes desde 2000, prevê a identificação desses organismos transgênicos, a criação de mecanismos para responsabilizar e compensar danos causados ao ambiente e à saúde humana, além da necessidade de avaliar riscos e treinar agentes para lidar com os temas. A principal divergência refere-se à expressão que deve ser adotada para identificar, no trânsito internacional, os transgênicos. O primeiro grupo de ministérios, "pró-transgênico", defende que as cargas estampem a expressão "pode conter" material transgênico. O segundo, mais resistente, exige que os documentos expressem "contém" um determinado tipo de transgênico.
Transgênicos - Outro tema importante, e sobre o qual também não há consenso no governo, é a responsabilidade dos produtores por danos causados pelos transgênicos exportados. Além dessas divergências internas, há uma briga global sobre o tema. Os países do chamada Grupo de Miami - Canadá, Austrália, Argentina, Chile e Uruguai - defendem regras menos abrangentes e restritivas. Os demais signatários, liderados pela União Européia, querem impor mais travas ao comércio internacional de transgênicos. O protocolo se aplica ao comércio, armazenagem, identificação e uso de todos os transgênicos que podem afetar a biodiversidade e a saúde humana. (Valor Econômico).