RAMO SAÚDE II: Seminário de RS traz cases de sucesso e palestra sobre saneamento
- Artigos em destaque na home: Nenhum
A programação do 7º Seminário Nacional de Responsabilidade Social (RS) começou na tarde de quinta-feira (21/10) com a apresentação de cases de empresas da região: Fundação O Boticário de Proteção à Natureza, por Carlos Augusto Krieck; ONG Meio Ambiente Equilibrado (MAE) e Programa Londrina Verde, por Eduardo Issberner Panachão; Instituto Yoshii, por Kimiko Yoshii; e Plantão Sorriso, por Emília Miyazaki. Na sequência, os participantes assistiram à palestra do sanitarista e engenheiro da Organização Panamericana de Saúde na América Latina, Sérgio Rolim Mendonça, que falou sobre o "Impacto do saneamento básico na saúde".
Atrasado - Mendonça, que já publicou mais de 70 trabalhos no Brasil e no exterior, incluindo oito livros na área de tecnologia de água e esgoto, trouxe dados que revelam o quanto o Brasil está atrasado em termos de saúde básica. "Segundo dados de julho de 2008, fornecidos pelo Instituto Trata Brasil, da Fundação Getúlio Vargas, há aproximadamente 112 milhões de habitantes no Brasil sem acesso à rede de esgoto e 32 milhões de pessoas que não têm acesso à água potável. "Tendo em vista que a população estimada do País é de 193 milhões de pessoas, tratam-se de números bastante preocupantes."
Estatísticas mundiais - Igualmente alarmantes foram as estatísticas mundiais trazidas pelo sanitarista: 1,5 milhões de crianças morrem anualmente antes de completar cinco anos; 2,6 bilhões de pessoas não recebem serviço de saneamento e 900 milhões não têm acesso à água potável. Paralelamente, a deterioração da água, do ar e dos recursos do solo continuam em processo acelerado.
Doenças - "Nos últimos 25 a 30 anos surgiram 30 novas doenças ou ressurgiram doenças antigas que estavam sob controle", lembrou. Entre as causas das doenças emergentes estão o colapso das medidas de saúde pública; o desenvolvimento econômico e uso da terra; a tecnologia e a indústria. O problema maior, de acordo com Mendonça, está nos países em desenvolvimento. "Quanto mais alto o acesso à água potável e saneamento, menor a mortalidade infantil." Para se ter uma ideia do perigo que a população mundial está sujeita em relação à escassez de água, o engenheiro lembrou que 3% dos 7 bilhões de habitantes da terra já enfrentam o problema. "Até 2025 serão 48 bilhões", previu, lembrando que a escassez de água logo se manifestará na escassez de alimentos.
Reuso - O sanitarista defende o reuso da água de esgoto doméstico tratado na agricultura e piscicultura como alternativa. Hoje, segundo ele, os países em desenvolvimento apresentam cinco vezes mais mortes por doenças infecciosas parasitárias do que os países desenvolvidos. "O número de mortes no mundo devido a dificuldades de acesso à água potável e precárias condições de saneamento é maior do que se as pessoas estivessem sujeitas a fatores de risco como abuso de drogas; poluição atmosférica; práticas sexuais de risco; saúde ocupacional; tabagismo (consumo de cigarros); inatividade física; desnutrição; e consumo de álcool", informou.
Programação - A programação do seminário prosseguiu com palestra do teólogo Leonardo Boff, que falou sobre a "Carta da Terra", e com a coordenadora do programa das Nações unidas para o Desenvolvimento, Maria Celina B. Arraes, proferindo palestra sobre "Objetivos do Milênio: Avanços e Desafios". Na sequência, aconteceu o lançamento do Programa Unimed Abraça os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM´s). (Assessoria de Imprensa)