RAMO SAÚDE III: Desafios e benefícios da sustentabilidade nas empresas
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Com o atual modelo de negócios e políticas públicas, a humanidade está consumindo duas vezes por ano o que natureza produz no mesmo período. O desafio é alinhar índice de desenvolvimento econômico com biocapacidade da Terra ou 'pegada ecológica'. Essa foi a tônica da palestra proferida por Fernando Almeida durante o 7º Seminário Nacional de Responsabilidade Social do Sistema Unimed, que aconteceu em Londrina na semana passada, entre os dias 20 e 22 de outubro. O evento foi promovido pela Unimed Brasil em parceria com a Unimed Londrina.
Sustentabilidade - Almeida é presidente, há 10 anos, do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), tem mais de 30 anos de experiência profissional nos setores público, empresarial e acadêmico; é engenheiro, escritor e estrategista. Mais de 200 pessoas estiveram presentes. Ao questionar o modelo de negócios extrativista que impera nos dias atuais, Almeida disse que a intenção não é ser alarmista, mas disse as atividades que não incorporarem em seu modelo de negócios, na prática, os conceitos de sustentabilidade, desaparecerão.
Modelo atual - "O atual modelo de negócios que traz o peixe para as nossas casas, por exemplo, acaba até 2.040, por ser basicamente extrativista." Nem países pobres, nem os desenvolvidos, assumiram uma postura para reverter essa situação, na avaliação de Almeida. Os países africanos, citou, apresentam baixa biocapacidade da Terra e baixo índice de desenvolvimento econômico. Já países europeus e Estados Unidos apresentam alto índice de desenvolvimento econômico, mas com grande impacto ambiental.
Conceitos modernos - É neste contexto que as corporações precisam pensar as situações de sustentabilidade ambiental e social. "O que se espera, de acordo com a ONU, é que se incorpore daqui a 15, 20 anos, os conceitos modernos de responsabilidade social e responsabilidade ambiental." Esses conceitos incluem saúde, direitos políticos, alimentação, governança, segurança física e econômica, entre outros, como indicadores de desenvolvimento econômico e qualidade de vida.
Felicidade - A felicidade, segundo Almeida, será uma linha que independe do desenvolvimento econômico. Em sua fala ele apresentou os dividendos trazidos para a corporação pela sustentabilidade, os dilemas da sustentabilidade, os fatores de sucesso da sustentabilidade. Entre os dividendos, Almeida destacou a atração e motivação de talentos, inovação e fidelização de clientes.
Desafio - Já os principais dilemas da sustentabilidade são o fator tempo e a reversão da miséria e do êxodo rural, por exemplo. No ritmo atual de consumo, até 2050 o planeta estará em colapso. "Temos pouco tempo, e o processo é lento, o desafio é acelerar esse processo." Almeida elencou alguns fatores para o sucesso da sustentabilidade nas empresas: liderança de topo (presidente da empresa tem que incorporar o conceito); ligação direta com o cerne da empresa; desenvolvimento social fundamental para produtos e serviços; envolvimento dos funcionários; transparência com claros objetivos e metas; envolvimento respeitoso e duradouro com grupos de interesse, relevância e viabilidade futura. Para finalizar ele deixou uma pergunta: "Qual o legado que queremos deixar para as futuras gerações?" Depois da palestra, Almeida respondeu a perguntas dos participantes. (Assessoria de Imprensa)