SAFRA II: Estiagem não provoca grande mudança na opção de plantio
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Ao contrário do que se previa no início da safra de verão, o milho não perdeu espaço para a soja. Na época, com o plantio do cereal atrasado em um mês, havia possibilidade de alteração em milhões de hectares. Se a chuva não chegasse em meados de novembro, a soja ganharia área do milho. "Houve algumas alterações sim, mas foram insignificantes", afirma o gerente da C.Vale, Ronaldo Vendrame.
Sem surpresas com o milho - O plantio de milho chegou perto dos 10 mil hectares previstos pela empresa, com sede em Palotina, no Oeste, uma das regiões mais afetadas pela má distribuição das chuvas. No fim de setembro, quando normalmente o cereal já está plantado, a semeadura não tinha sido sequer iniciada. Para a região da C.Vale, a soja é menos rentável, por apresentar produtividade inferior à verificada em outras regiões do estado.
Soja segue o planejado - Na região da Cocamar (Maringá, Noroeste), onde a soja tem muito mais espaço que o milho nesta época do ano, os planos também foram seguidos praticamente à risca, afirma o coordenador técnico da cooperativa, Antônio Sacoman. Foram plantados 228 mil hectares de soja e aproximadamente 10 mil de milho no final do prazo previsto, relata.
Colheita concentrada - Ele analisa que a principal conseqüência da falta de chuva entre setembro e outubro ainda será enfrentada pelos produtores do estado: a concentração da colheita. Quem começava a colheita de verão pelo milho de 1.ª safra agora terá de priorizar a soja. Isso porque, é na área da oleaginosa que os produtores lançam as sementes de milho safrinha. Se faltar máquina e os grãos ficarem na lavoura, a qualidade da produção pode reduzir os lucros prometidos pelos preços.
Preços beneficiaram o milho - A cotação do milho foi a grande responsável pela manutenção dos planos de plantio, conta o chefe do Departamento de Difusão de Tecnologia da Corol (Rolândia, Norte), Humberto Nogueira. "O produtor até pensou em mudar para a soja, mas quando viu que o preço do milho estava melhor e tendia a subir, voltou atrás." Só não plantou mais milho quem não tem condições agrometeorológicas de produzir, afirma. Na região da Corol, a soja ganhou 120 mil hectares e o milho cerca de 22 mil. (Gazeta do Povo)