SIMPÓSIO OCB II: Secretário do Meio Ambiente destaca parceria com cooperativas

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Às vésperas de deixar o governo para concorrer a uma vaga na Assembleia Legislativa do Paraná, o secretário estadual do Meio Ambiente, Raska Rodrigues, fez um balanço na manhã desta quinta-feira (25/03) dos avanços obtidos pelo Paraná nas questões ambientais nos últimos sete anos, período em que presidiu o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) por três anos, e esteve à frente da Secretaria do Meio Ambiente, por mais quatro. "Os avanços são bastante consideráveis: o recolhimento de embalagens de agrotóxicos atingiu um alto índice (de cada 100 embalagens, 99 são recolhidas), a mata ciliar foi feita em boa parte do estado, temos 22% de matas no nosso estado, temos regulamentação para a suinocultura, avicultura, piscicultura, enfim, com exceção da questão da reserva legal, há poucos gargalos ambientais no Paraná envolvendo o setor produtivo", disse o secretário, que abriu, juntamente com o presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski, o painel sobre o Código Florestal, durante o Simpósio de Mercado de Carbono, em Curitiba.

Convergência - Na opinião do secretário, os bons resultados foram obtidos porque houve uma convergência bastante positiva entre os órgãos ambientais do governo e o setor produtivo. "Isto fez com que o Paraná se diferenciasse entre os estados brasileiros, servindo de modelo dentro e fora do país", afirmou. Segundo Raska Rodrigues, se por um lado o produtor rural paranaense compreendeu os motivos do atendimento à política ambiental e buscou fazer a sua parte, por outro, o governo defendeu a ideia de que as questões fossem conduzidas com embasamento científico e foco na perspectiva da preservação e também no ganho econômico. "Saímos do não pode fazer, para o como pode ser feito, e a Ocepar foi muito importante neste processo porque esteve sempre presente nas discussões, servindo de ponte entre o campo e o governo, e conduzindo as questões de forma serena e tranquila. Cultivamos sempre um bom relacionamento e construímos de forma coletiva as regulamentações hoje vigentes. Por isso, a mensagem que deixo no fim da minha gestão como secretário é de agradecimento, tanto à Ocepar, quanto às cooperativas e aos produtores. Houve sempre tolerância e vontade de discutir, e foi isto o que engrandeceu a  política ambiental do estado", disse. Segundo ele, a resposta do campo às demandas ambientais foi bastante positiva, e hoje é o produtor que cobra da cidade políticas ambientais sustentáveis.

Cooperativas - O secretário salientou ainda a participação das cooperativas na construção de uma política ambiental consistente e viável para o Paraná. "No início, enfrentamos problemas e críticas, mas a partir do momento em que construímos a prática do diálogo, as arestas foram aparadas. Conseguimos conquistar o apoio das cooperativas e desenvolver uma relação de parceria visando a construção de uma consciência ambiental no meio rural", afirmou.

Reserva Legal - Sobre a Reserva Legal, uma das poucas arestas que na opinião do secretário ainda precisam de solução no estado, Raska Rodrigues disse que, por cautela, tem defendido a legislação vigente. "Compartilho a opinião das entidades representativas, como a Ocepar e a Faep, ou seja, de que os estados deviam ter o direito de decidir sobre a Reserva Legal, porque isto envolve o bioma florestal, a água, entre outras peculiaridades de cada região do país. É a ciência que tem que balizar esta questão. Temos que avançar neste assunto, e este seminário procura fazer isso, conduzindo as discussões para o campo científico" disse.

Conjuntura desfavorável - O secretário lembrou que a Terra já não está suportando o esgotamento dos seus recursos naturais.  "Recentemente, a Organização das Nações Unidas divulgou um dado que mostra que a capacidade da Terra em suportar a população esgotou, e isto não levou em conta a realidade futura, e sim o momento atual. Por isso temos que mudar o "jeitão" com que as coisas são feitas, quebrar paradigmas e mudar comportamentos, entendendo que os recursos naturais são finitos, por isso a produção precisa ser sustentável", comentou. Segundo ele, o que se discute muito hoje é como fazer para produzir mais, em um mesmo espaço e de forma que não agrida ao meio ambiente. "O Paraná já deu um exemplo de que isso é possível, por meio do aumento da produtividade e da integração pecuária lavoura realizada na região do Arenito do Caiuá.  Mas é preciso avançar mais, diversificar a propriedade rural e adotar outras medidas, porque ir contra o patrimônio ambiental é cultura do século XV. Este é o desafio que se coloca para o Paraná, Brasil e para o mundo", concluiu.

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