SUINOCULTURA II: Suspensão de compra revolta suinocultores

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Decepção e revolta. Foram esses os sentimentos do setor suinícola com o anúncio da suspensão da compra direta dos suínos pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A expectativa era de que a crise dos produtores pudesse ser amenizada com a medida do governo federal. O primeiro vice-presidente da Associação Catarinense dos Criadores de Suíno (ACCS), Losivanio de Lorenzi, afirmou que o governo retrocedeu nas negociações que vinham bem no mês passado. Segundo ele, o preço que estava sendo cogitado a R$ 1,87, foi para R$ 1,50. “Estamos decepcionados com a mudança de tratamento. Fechamos um acordo no início de abril e agora o governo não cumpre sua parte. Amanhã faremos contatos com lideranças e produtores e vamos partir para trancar estradas e manifestar nosso descontentamento”. Com a mudança de tratamento, a associação pretende não participar com nenhum representante de uma reunião marcada para hoje em Brasília sobre o assunto.

Importância do setor - O presidente da Cooperativa Rio do Peixe (Coperio), Decio Sonaglio, acredita que a burocracia e a falta de importância que o governo dá ao setor são dois dos fatores que impediram a consolidação da medida. “Mesmo com toda a pressão e movimentação das federações e deputados federais, o governo não encara o setor como importante”, afirmou. Sobre as outras medidas emergenciais que o governo anunciou que podem ser tomadas para amenizar a crise, como a criação de linhas de crédito e a utilização de milho como garantia nas negociações, Sonaglio afirma que são muito tímidas para resolver a questão. Medida enxugaria excedente e elevaria o preço no mercado. Para ele, a compra direta do suíno também não resolveria, mas seria de maior impacto, pois enxugaria o excedente e faria o preço subir.

Área livre – O diretor administrativo e financeiro da Cooperativa Central Oeste Catarinense (Aurora), Neivor Canton, disse que havia uma torcida para que a medida fosse tomada, já que representaria o desafogo ao mercado e um benefício aos produtores do setor. “Com esse recuo da Conab acredito que acontecerá a saída de outros produtores da suinocultura”. A expectativa agora é com relação à aprovação ao reconhecimento de Santa Catarina como área livre de febre aftosa sem vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Entretanto, mesmo com o reconhecimento da organização, Canton afirma que a reação do mercado será tímida e gradativa. (Diário Catarinense)

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