Suínos: setor vai promover o consumo interno em todo o país
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Expectativa - A intenção, segundo o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), José Humberto Pires de Araújo, é de conseguir colocar no mercado pelo menos 100 mil toneladas até o final do ano. As exportações de carne suína foram de 247,3 mil toneladas no ano passado, o que gerou uma receita de US$ 346,4 milhões. A maior parte das vendas foi feita para a Rússia. Para este ano, segundo o ministro Pratini de Moraes, a estimativa é de que as vendas externas fiquem entre 400 mil e 500 mil toneladas. "O grande mercado para a carne de porco é o mercado nacional", disse o ministro. O consumo interno de carne de porco é de 11 quilos por habitante, ao ano. Este volume é considerado muito baixo, levando em conta que o consumo per capita nos Estados Unidos é de 31 quilos; na Alemanha, 57 quilos; na Itália, 40 quilos; na França, 38 quilos e na Espanha, 66 quilos, segundo dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).
Redução de ICMS - Para aumentar o consumo de carne suína no Brasil, os representes do setor, com o apoio do governo, decidiram adotar uma série de medidas que vão desde a ampliação dos tipos de cortes pelos frigoríficos e redução de Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) pelos estados à uma linha de crédito para que os produtores evitem abater as matrizes. O ministro Pratini de Moraes disse que, para ampliar o consumo, o produto precisa chegar a um preço mais compatível ao consumidor. Nesse sentido foi proposto que o ICMS seja reduzido durante quatro meses. O ministro Pratini de Moraes se comprometeu a falar com os governadores para reduzir a cobrança do tributo nas vendas que forem feitas internamente nos três estados do Sul (Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná). Os produtores desses três estados alegaram, no entanto, que 80% das vendas são feitas para outras unidades da federação, o que implica em uma decisão do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). O representante do Ministério da Fazenda presente à reunião ficou encarregado de levar o assunto ao Conselho para analisar a possibilidade de fazer algum tipo de convênio que leve à redução do ICMS.
Crédito - Os representantes dos frigoríficos prometeram ampliar a venda de cortes de suínos para os supermercados ou a vender a carcaça do animal, para que o produto possa chegar ao varejo de forma mais atrativa e diversificada. O Ministério da Agricultura também encampou a proposta dos produtores para que seja concedido um financiamento para impedir o abate de matrizes. Para isso, o ministro Pratini de Moraes irá encaminhar voto ao Conselho Monetário Nacional (CMN) propondo a criação de uma linha de crédito de até R$ 100 milhões, com dois anos para pagamento, e limite de R$ 60 mil por produtor, com juros de 8,75% ao ano. A solicitação dos produtores, segundo o presidente da Associação dos Criadores de Suínos, Adão Braun, era para que o empréstimo fosse de R$ 200,00 por matriz, com juros de 3% ao ano, seguindo a modalidade do Programa Nacional de Apoio a Agricultura Familiar (Pronaf). Mas, como o Pronaf é administrado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, o que implicaria em demora na negociação, acabaram aceitando a proposta do Ministério da Agricultura.
Incentivo ao consumo - Durante a reunião ficou ainda combinado que toda a cadeia produtiva, com o apoio do governo, se empenhará para divulgar a carne suína, por meio de publicações especializadas, propaganda direta junto a consumidor e em eventos do setor. O presidente da Abras, José Humberto Pires de Araújo, disse que nos dias 23 a 26 deste mês haverá a feira anual dos supermercados no Rio de Janeiro. Nesse evento serão feitas várias demonstrações das vantagens da carne suína. "Todos os setores entenderam que a ampliação de venda da carne suína é uma oportunidade de negócio que deve se tornar permanente", observou. Pires de Araújo disse que é preciso mudar o hábito do brasileiro que só consome carne de porco em datas festivas, e basicamente o produto congelado. Com relação à redução da margem de lucro dos supermercados que, segundo os produtores, chega a até 75% em alguns supermercados do Sul, Pires de Araújo disse que esta é uma questão que depende das empresas. (Fonte: Agrocast)